Blinken iniciou hoje uma breve visita à Europa de Leste com uma paragem em Chisinau, capital da Moldova, onde anunciou um pacote de ajuda no valor de 135 milhões de dólares (cerca de 125 milhões de euros), durante uma conferência de imprensa ao lado da Presidente Maia Sandu.
O chefe da diplomacia dos EUA disse que parte desse dinheiro se destina ao reforço das infraestruturas energéticas e que outra parte seria destinada à reforma das indústrias energética e agrícola e à dissuasão da desinformação vinda da Rússia.
"Isso reforçará a capacidade dos moldavos de resistir à interferência russa, de realizar eleições livres e justas, de continuar no caminho da União Europeia (UE) e da integração ocidental, de criar mais oportunidades económicas", defendeu Blinken, que segue viagem para a República Checa.
A viagem de Blinken - organizada à volta de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Praga - surge no meio de preocupações de que a Moldova e a Geórgia, outra antiga república soviética, estejam a enfrentar ameaças renovadas da Rússia.
Há também sinais de que a Rússia pode estar a considerar novas ações na Moldova, onde tem 1.500 soldados estacionados no disputado território da Transnístria, e está por trás de movimentos antiocidentais na Geórgia que os EUA acreditam destinarem-se a contrariar as aspirações da Moldova e da Geórgia de aderirem à União Europeia (ambos os países já têm estatuto de candidatos).
A Moldova tem acusado a Rússia de conduzir uma "guerra híbrida" contra o país, de se intrometer nas eleições locais e de realizar campanhas de desinformação para tentar derrubar o Governo e inviabilizar o seu caminho rumo à adesão à UE.
A Rússia negou as acusações, mas o Governo moldavo está cauteloso quanto às intenções de Moscovo, especialmente depois de as autoridades da Transnístria terem apelado ao Kremlin, em fevereiro, por proteção, alegando o aumento da pressão de Chisinau.
As situações na Geórgia, na Moldova e na Ucrânia estarão todas na agenda da reunião ministerial da NATO em Praga, na quinta e sexta-feira, que será a última grande reunião diplomática da Aliança antes de os líderes se reunirem numa cimeira para celebrar o 80º aniversário da organização, em Washington, em julho.
Hoje, e referindo-se ao espírito de união que se vive na NATO, Blinken garantiu que os aliados da Ucrânia irão "adaptar e ajustar" as suas entregas de armas a Kyiv para garantir o sucesso na resistência contra a invasão russa.
"À medida que a Rússia mudou a forma como conduz a sua agressão, nós adaptámo-nos e ajustámo-nos e estou convencido de que continuaremos a fazê-lo", explicou o chefe da diplomacia norte-americana.
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