Rússia acusa NATO de "provocar Ucrânia" para prolongar a guerra

A Rússia acusou hoje a NATO de provocar a Ucrânia para prolongar a guerra, numa altura em que os aliados debatem a possibilidade de autorizar Kyiv a usar armas ocidentais para atacar território russo.

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Lusa
30/05/2024 13:16 ‧ 30/05/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Os países membros da NATO, especialmente os Estados Unidos e outras capitais europeias, iniciaram um novo ciclo de escalada nos últimos dias e semanas", denunciou o porta-voz do Kremlin (presidência russa).

Dmitri Peskov disse que os países ocidentais "estão a provocar a Ucrânia por todos os meios possíveis para continuar uma guerra sem sentido".

A guerra foi iniciada pela Rússia quando invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

Peskov avisou que a situação "acabará por ser prejudicial para os países que tomaram o caminho da escalada", segundo a agência francesa AFP.

Nas últimas semanas, o debate sobre a utilização ou não de armas fornecidas a Kyiv pelo Ocidente em território russo tem agitado as capitais dos países da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, declarou-se a favor, mas vários países que apoiam a Ucrânia têm-se manifestado muito mais reticentes, como a Alemanha, temendo a possibilidade de um conflito direto com a Rússia.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na terça-feira, durante uma visita à Alemanha, que os aliados de Kyiv deveriam permitir que o exército ucraniano neutralizasse as bases militares usadas pela Rússia para atacar a Ucrânia.

A questão faz parte do programa da reunião informal que os chefes da diplomacia dos países da NATO realizam hoje e sexta-feira, em Praga.

Embora os Estados Unidos se tenham oposto repetidamente a ataques ucranianos na Rússia com armas ocidentais, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, pareceu abrir a porta na quarta-feira a uma mudança de posição de Washington.

Blinken disse durante uma visita à Moldova que os aliados da Ucrânia irão adaptar a ajuda ao país para garantir o sucesso na guerra com a Rússia.

Para Kyiv, tal decisão permitiria atacar mais profundamente as linhas de abastecimento do exército russo e as bases militares a partir das quais dispara diariamente mísseis e lança 'drones' para atacar o território ucraniano.

Além do fornecimento de armamento e de ajuda financeira, os aliados de Kyiv têm decretado sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Leia Também: Limites a uso de armas ocidentais pela Ucrânia discutidos por MNE da NATO

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