Cabo Verde teve menos cortes de energia em 2023, mas mais prolongados

O número de interrupções gerais no fornecimento de eletricidade em Cabo Verde diminuiu 18%, de 2022 para 2023, mas as falhas duraram mais tempo, chegando a 64,2 horas, segundo a elétrica estatal.

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Lusa
30/05/2024 17:40 ‧ 30/05/2024 por Lusa

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Cabo Verde

No ano passado, a Electra, empresa na lista de privatizações do Estado, registou um total de 85 interrupções (indicados como 'blackouts', interrupções gerais), em diferentes ilhas, menos 19 que no ano anterior (105), lê-se no relatório e contas, consultados hoje pela Lusa.

No entanto, a duração das falhas de energia aumentou em 25,5%, passando de 3.071 minutos em 2022, para 3.857 minutos no ano passado, equivalente a 64,2 horas, quase três dias.

O número de horas de interrupção de energia foi "inflacionado" pelos cortes na ilha Brava, responsáveis por 2.108 minutos, mais de metade do tempo total sem carga.

Conforme os mesmos dados, a ilha de São Nicolau foi a que registou o maior número de interrupções gerais de energia durante o ano passado (25), totalizando 460 minutos.

Em sentido contrário, registaram-se diminuições em Santo Antão, São Vicente e Santiago, ilha da capital, Praia, que contabilizou apenas quatro interrupções gerais no fornecimento de energia em 2023.

A Electra produziu 572,9 Gigawatts/hora de eletricidade, um aumento de 2,9% em relação a 2022, mas quase um quarto dessa produção ainda é perdida (24%) devido a furto e faturas por cobrar.

A empresa melhorou os resultados líquidos em 70%, em 2023, mas ainda continuam negativos em 232 milhões de escudos (2,1 milhões de euros), de acordo com o mesmo relatório e contas.

A partir de sábado, a Electra divide-se em três, em resultado da extinção das filiais Norte e Sul e da sua cisão.

A separação resultou na criação da Empresa de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC SA), da Empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde (EDEC SA) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico de Cabo Verde (ONSEC SA).

A EDEC e a EPEC vão ser privatizadas, enquanto a ONSEC vai manter-se na esfera pública, controlando todas as operações de sistema elétrico cabo-verdiano.

Com um capital social de 1,6 mil milhões de escudos (14,3 milhões de euros), a Electra tem cerca de 200 mil clientes e 826 trabalhadores.

A estrutura acionista é composta pelo Estado (77,7%), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS -- 16,6%) e os municípios (5,7%). 

Leia Também: Cerca de 12% dos jovens cabo-verdianos estão fora do sistema de ensino

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