No ano passado, a Electra, empresa na lista de privatizações do Estado, registou um total de 85 interrupções (indicados como 'blackouts', interrupções gerais), em diferentes ilhas, menos 19 que no ano anterior (105), lê-se no relatório e contas, consultados hoje pela Lusa.
No entanto, a duração das falhas de energia aumentou em 25,5%, passando de 3.071 minutos em 2022, para 3.857 minutos no ano passado, equivalente a 64,2 horas, quase três dias.
O número de horas de interrupção de energia foi "inflacionado" pelos cortes na ilha Brava, responsáveis por 2.108 minutos, mais de metade do tempo total sem carga.
Conforme os mesmos dados, a ilha de São Nicolau foi a que registou o maior número de interrupções gerais de energia durante o ano passado (25), totalizando 460 minutos.
Em sentido contrário, registaram-se diminuições em Santo Antão, São Vicente e Santiago, ilha da capital, Praia, que contabilizou apenas quatro interrupções gerais no fornecimento de energia em 2023.
A Electra produziu 572,9 Gigawatts/hora de eletricidade, um aumento de 2,9% em relação a 2022, mas quase um quarto dessa produção ainda é perdida (24%) devido a furto e faturas por cobrar.
A empresa melhorou os resultados líquidos em 70%, em 2023, mas ainda continuam negativos em 232 milhões de escudos (2,1 milhões de euros), de acordo com o mesmo relatório e contas.
A partir de sábado, a Electra divide-se em três, em resultado da extinção das filiais Norte e Sul e da sua cisão.
A separação resultou na criação da Empresa de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC SA), da Empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde (EDEC SA) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico de Cabo Verde (ONSEC SA).
A EDEC e a EPEC vão ser privatizadas, enquanto a ONSEC vai manter-se na esfera pública, controlando todas as operações de sistema elétrico cabo-verdiano.
Com um capital social de 1,6 mil milhões de escudos (14,3 milhões de euros), a Electra tem cerca de 200 mil clientes e 826 trabalhadores.
A estrutura acionista é composta pelo Estado (77,7%), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS -- 16,6%) e os municípios (5,7%).
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