Seul já tinha suspendido parcialmente este acordo no ano passado, na sequência do lançamento de um satélite espião em órbita por Pyongyang, mas o Conselho de Segurança Nacional disse que ia pedir ao Governo para "suspender totalmente" aquele acordo militar "até que a confiança mútua entre as duas Coreias seja restaurada".
No domingo, a Coreia do Norte comprometeu-se "a suspender" o lançamento para a Coreia do Sul de balões cheios de lixo, desde beatas de cigarros a excrementos de animais, depois de ter lançado várias centenas deles nos últimos dias.
"Vamos suspender temporariamente a dispersão de resíduos de papel através da fronteira", declarou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, acrescentando que "esta contramedida tinha sido eficaz".
Desde terça-feira, cerca de mil balões foram lançados por Pyongyang em direção ao país vizinho, incluindo 600 no domingo, de acordo com o Estado-Maior da Coreia do Sul, com Seul a denunciar a ação como de "baixo nível" e a ameaçar com retaliações.
Na manhã de domingo (horas locais), o exército sul-coreano contabilizou entre 20 e 50 balões por hora no ar.
Os balões aterraram nas províncias do norte da Coreia do Sul, incluindo Seul e a região adjacente de Gyeonggi, que no conjunto albergam quase metade da população do Sul.
A Coreia do Sul declarou que a iniciativa norte-coreana violava o acordo de armistício que pôs fim às hostilidades entre as duas Coreias em 1953, apesar de não ter sido encontrada qualquer substância perigosa nos balões.
O Estado-Maior sul-coreano pediu à população que evite "qualquer contacto" com estes resíduos.
"Os nossos militares estão a conduzir operações de vigilância e reconhecimento dos locais de lançamento dos balões, controlando-os por reconhecimento aéreo e recolhendo os destroços caídos, dando prioridade à segurança do público", acrescentou.
No início da semana, Pyongyang afirmou que os balões eram "presentes sinceros" e tinham como objetivo retaliar contra o envio de balões carregados de panfletos de propaganda contra o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Em 2020, o parlamento sul-coreano aprovou uma lei que criminaliza o envio de panfletos para o Norte. Mas a lei, que não foi respeitada pelos ativistas, foi anulada no ano passado por violar a liberdade de expressão.
Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un, afirmou esta semana que os norte-coreanos estavam simplesmente a praticar a sua liberdade de expressão.
A campanha de balões surge depois de analistas terem afirmado que Kim Jong-un tinha ordenado testes de armas antes de as enviar para a Rússia para a guerra na Ucrânia.
De acordo com o Ministério da Defesa sul-coreano, Pyongyang enviou cerca de 10.000 contentores de armas para Moscovo em troca de conhecimentos russos sobre satélites.
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