Os principais sindicatos, o Nigerian Labour Congress (NLC) e o Trades Union Congress (TUC), apelaram aos trabalhadores para não irem trabalhar depois de o Governo ter recusado aumentar o salário mínimo para mais de 60.000 nairas (cerca de 41 euros) por mês, segundo os meios de comunicação social locais.
"Os trabalhadores nigerianos estão a ficar em casa. Sim a um salário decente. Não a uma ninharia", afirmaram os sindicatos numa declaração conjunta.
Desde que chegou ao poder há um ano, o Presidente Bola Ahmed Tinubu acabou com os subsídios aos combustíveis e com o controlo cambial, o que levou a uma triplicação dos preços da gasolina e a um aumento do custo de vida, uma vez que a naira caiu em relação ao dólar.
Tinubu apelou à paciência para permitir que as suas reformas deem frutos, afirmando que estas ajudariam a atrair o investimento estrangeiro.
Na capital, Abuja, as repartições públicas, as estações de serviço e os tribunais estavam hoje encerrados de manhã, enquanto longas filas se formavam do lado de fora dos portões fechados do aeroporto da cidade, segundo a agência AFP.
Os voos domésticos foram cancelados e o aeroporto será novamente encerrado na terça-feira, disse uma fonte próxima da Autoridade Federal dos Aeroportos da Nigéria (FAAN).
Os sindicatos também protestam contra o aumento dos preços da eletricidade.
O sindicato que representa a empresa de transmissão de eletricidade da Nigéria disse que tinha cortado a rede elétrica nacional no domingo à noite e hoje, causando apagões em todo o país.
Em Abuja, a presença de soldados e pessoal de segurança foi reforçada nas ruas e, em Lagos, o tribunal do trabalho estava fechado e as crianças iam a pé para casa após saberem que as suas escolas estavam encerradas.
"Os trabalhadores nigerianos, que são a espinha dorsal da economia do nosso país, merecem salários justos e decentes que reflitam a realidade económica atual", afirmam os sindicatos num comunicado divulgado na sexta-feira.
Em fevereiro passado, milhares de nigerianos mobilizaram-se contra o aumento do custo de vida, em resposta a um apelo dos sindicatos.
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