A situação na Faixa de Gaza tem impactos económicos também na Cisjordânia onde atualmente o desemprego afeta 32% da população.
Em média, a taxa de desemprego nos dois territórios palestinianos é de 50,8% e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 32,8% (22,7% na Cisjordânia), segundo a análise da OIT em colaboração com o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina.
A OIT alerta para o facto de os números reais do desemprego entre os palestinianos poderem ser ainda mais elevados do que as últimas estatísticas refletem, uma vez que não incluem as pessoas que abandonaram voluntariamente os empregos por falta de perspetivas.
"O terrível balanço da guerra em Gaza em termos de vidas humanas foi acompanhado por uma devastação generalizada das atividades económicas e dos meios de subsistência", afirmou Ruba Jaradat, directora regional da OIT para os países árabes, aquando da divulgação dos números.
De acordo com o relatório da OIT, já nos primeiros quatro meses do conflito em Gaza, 100% do setor privado da Faixa de Gaza cessou ou reduziu significativamente a atividades, perdendo 85,8% do valor de produção: equivalente a 810 milhões de dólares.
Na Cisjordânia, a percentagem de paralisação da atividade do setor privado foi inferior, 27%, mas a perda de produção do setor privado foi superior em termos absolutos, totalizando 1,5 mil milhões de dólares durante o mesmo período.
De acordo com as projeções da OIT, mesmo que a guerra terminasse dentro de dois meses, a taxa de desemprego nos territórios palestinianos seria de 47,1% em 2024.
Na mesma previsão, o PIB cairia 16,1% este ano e o rendimento per capita 18%, os piores valores macroeconómicos para a Cisjordânia e Gaza em duas décadas.
O conflito armado em Gaza foi desencadeado após o ataque do Hamas, movimento que controla o enclave palestiniano, contra Israel a 07 de outubro do ano passado e que fez 1.200 mortos.
Israel retaliou com uma campanha militar de grande escala que fez mais de 30 mil mortos, de acordo com o balanço do Hamas.
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