"Do nosso ponto de vista, o problema psicossocial que os nossos jovens e a nossa comunidade atravessam atualmente é fruto da negligência do Estado durante longos anos, principalmente na área da educação e formação de qualidade, na área da saúde e qualidade de vida dos cidadãos, na área da economia e emprego acessível e sustentável", afirmou Nurima Alkatiri.
Para a deputada da Fretilin, que falava durante uma intervenção no parlamento nacional, aquelas áreas "continuam ao abandono".
"Se assim permanecerem, aqueles problemas irão continuar e em maior escala, como uma bomba-relógio que espera o seu tempo para rebentar", salientou Nurima Alkatiri.
Segundo a deputada timorense, o Estado está distante dos cidadãos e apenas "culpa e discrimina" os jovens que se envolvem em violência, sem apresentar soluções para o problema, referindo-se aos grupos de artes marciais.
A Fretilin defende a intervenção, regularização e controlo pelo Estado da prática de artes marciais e que o parlamento deve legislar sobre a matéria para que as autoridades timorenses possam intervir.
"Mas se as deixarmos a 'Deus dará' e simplesmente suspendermos a prática não resolveremos o problema, apenas o adiamos até rebentar", advertiu a deputada, salientando que o Estado tem deixado a proteção dos cidadãos às organizações de artes marciais e rituais.
Nurima Alkatiri considerou também que é "responsabilidade do Estado criar um ambiente onde os jovens possam florescer, garantindo oportunidades, segurança e o apoio necessário para o seu desenvolvimento".
"Por isso, apelamos mais uma vez para que o Estado, através de todos seus órgãos de soberania, funcione como Estado com o bem-estar do nosso povo, dos nossos cidadãos, como centro do desenvolvimento", pediu a deputada.
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