Orano lança trabalhos preparatórios para explorar urânio no Níger

A empresa francesa Orano, especialista em combustível nuclear, iniciou "recentemente" trabalhos preparatórios para entrada em produção da jazida de urânio de Imouraren, no Níger, prevista para 2028, anunciou hoje o grupo à agência de notícias France-Presse (AFP).

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Lusa
12/06/2024 13:51 ‧ 12/06/2024 por Lusa

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França

A filial da Orano 'Imouraren SA atingiu um novo marco no desenvolvimento do depósito de Imouraren' com o "lançamento dos trabalhos preparatórios" que teve lugar "recentemente", disse um porta-voz do grupo, contactado pela AFP.

"As infraestruturas já foram reabertas para acolher as equipas de construção e fazer avançar os trabalhos", declarou a mesma fonte.

Imouraren, no norte do Níger, é um dos maiores depósitos de urânio do mundo, com reservas estimadas em 200.000 toneladas. A extração deveria ter começado em 2015, mas a queda dos preços do urânio no mercado mundial, na sequência da catástrofe nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, suspendeu as operações.

Em março de 2023, quatro meses antes do golpe de Estado que levou ao poder um regime militar hostil à França, Matthieu Davrinche, diretor da Imouraren SA, declarou à AFP que a decisão de explorar a jazida seria tomada em 2028, após a realização de testes em 2024.

O lançamento dos trabalhos no local é "uma etapa importante para o desenvolvimento económico e social da região", acrescentou a Orano.

A Orano explora atualmente uma única mina de urânio no Níger, Somaïr, na região de Arlit (norte), após o encerramento de Cominak em 2021. Retomou as operações em fevereiro de 2024, após uma pausa de vários meses na sequência do golpe de Estado.

Por sua vez, a Sociedade das Minas de Azelik (SOMINA), detida maioritariamente por cidadãos chineses, anunciou a 13 de maio, que vai retomar as suas atividades mineiras de urânio no norte do Níger, suspensas há 10 anos por falta de rentabilidade.

O Níger fornece 4,7 % da produção mundial de urânio natural, muito atrás do Cazaquistão (45,2 %), de acordo com os dados de 2021 da Agência de Aprovisionamento da Euratom (ESA).

O Níger sofreu um golpe de Estado em 26 de julho de 2023, que levou os militares ao poder.

Várias regiões do país foram afetadas pela violência: o oeste, perto do Mali e do Burkina Faso, onde a Al-Qaida e grupo Estado Islâmico continuam ativos, e o sudeste, na fronteira com o Lago Chade e a Nigéria, que se tornou um refúgio para os terroristas do Boko Haram e do seu grupo dissidente Iswap (Estado Islâmico na África Ocidental).

A região de Gaya, na fronteira com o norte do Benim e perto do Parc du W, que até agora tem sido poupada, foi, por sua vez, atingida por violentos "ataques terroristas" nos últimos meses, segundo o Ministério da Defesa.

O exército do Níger anunciou a 04 de junho a criação de uma "força de proteção" contra os ataques "terroristas" a locais estratégicos, incluindo minas de urânio e poços de petróleo, país que luta contra a violência do terrorismo desde 2015.

Leia Também: Pelo menos 30 mineiros soterrados há dias após colapso de mina na Nigéria

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