Borrell vê cimeira na Suíça como "um primeiro passo para uma paz justa"

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, defendeu hoje que a cimeira de paz sobre a Ucrânia, que decorrerá no fim de semana na Suíça, deve ser "um primeiro passo para uma paz justa".

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Lusa
12/06/2024 23:55 ‧ 12/06/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Façamos da cimeira de paz na Suíça um primeiro passo para uma paz justa na Ucrânia baseada na Carta das Nações Unidas", frisou Borrell num artigo publicado hoje no seu blogue "Uma janela para o mundo".

O conteúdo do futuro acordo de paz "é crucial para a segurança europeia e global, e para a ordem internacional baseada em regras", apontou o alto representante da UE para a Política Externa e Segurança.

"A UE quer a paz na Ucrânia. Uma solução diplomática que respeite as normas internacionais teria o apoio de todos os Estados-membros da UE", garantiu Borrell, que ao mesmo tempo defendeu que se deve manter a combinação entre os "esforços diplomáticos com apoio militar".

"Dado que [o Presidente russo Vladimir] Putin não demonstra qualquer intenção de negociar de boa-fé, o apoio militar contínuo da Europa à Ucrânia continua a ser tão crucial para a paz na Ucrânia como o nosso apoio a uma via diplomática", sublinhou.

A conferência de paz que decorre este fim de semana na Suíça procurará explorar possíveis formas alternativas de acabar com a guerra entre Moscovo e Kiev e contará com a participação de delegações "de quase 100 países e organizações da Ásia, Médio Oriente, África e América Latina", destacou Borrell.

Esta ampla presença internacional "indica um sólido apoio internacional para acabar com a guerra com base na Carta das Nações Unidas", considerou o alto representante.

A Rússia recusou-se a participar nesta cimeira, tal como a China, enquanto outros países dos BRICS, como o Brasil e a África do Sul, que não vão enviar delegações de alto nível à conferência.

"A ausência da China na Suíça e a sua tentativa de desencorajar a participação [na cimeira] não fortalecem as reivindicações de neutralidade da China", considerou Borrell.

Para o político espanhol, a fórmula de paz de 10 pontos colocada sobre a mesa pela Ucrânia "continua a ser a base mais credível para futuras negociações de paz".

A Rússia, segundo Borrell, "não está disposta a entrar em negociações de boa-fé e utilizaria qualquer cessar-fogo para se rearmar e atacar novamente", razão pela qual, na sua opinião, "as narrativas russas sobre a paz são meras tentativas disfarçadas de legitimar a sua guerra de conquista territorial".

Borrell esclareceu que a cimeira na Suíça visa "desenvolver parâmetros comuns para a paz entre os países participantes, com base no direito internacional e na Carta das Nações Unidas".

Paralelamente, concentrar-se-á também em questões práticas selecionadas nas quais envolver a Rússia: "como melhorar a segurança nuclear, facilitar a troca de detidos e garantir o regresso de milhares de crianças ucranianas detidas na Rússia, uma prática que remonta a tempos anteriores períodos sombrios da história europeia".

Abordará também a forma de garantir a livre navegação e proteger as infraestruturas portuárias do mar Negro, uma vez que "um conflito prolongado ou congelado perpetuaria a instabilidade e ameaçaria a segurança alimentar global e a estabilidade económica".

"Avanços nestas áreas poderão abrir caminhos para o envolvimento com a Rússia noutras áreas ao longo do tempo", concluiu Borrell.

Leia Também: G7 mobiliza 46.000 milhões com lucros de bens russos congelados

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