Zelensky acredita que "vai ser feita história" na Cimeira para a Paz

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou-se hoje convicto de que "vai ser feita história" na Cimeira para a Paz na Suíça, fazendo votos para que os esforços conjuntos a nível global garantam uma "paz justa tão cedo quanto possível".

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© Dimitar DILKOFF / AFP) (Photo by DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images

Lusa
15/06/2024 13:44 ‧ 15/06/2024 por Lusa

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Ucrânia

"Tudo o que for acordado hoje nesta cimeira fará parte do processo de paz de que todos necessitamos. Acredito que vamos testemunhar a história a ser feita, aqui, na cimeira", declarou Zelensky, acompanhado da Presidente da Suíça, Viola Amherd, anfitriã da conferência, na qual não participa a Rússia, que ocupa cerca de 20% do território ucraniano desde a ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

Referindo-se sempre a esta cimeira como "inaugural" e "primeira" conferência de alto nível rumo à paz, o Presidente ucraniano regozijou-se com a grande participação na conferência, onde estão presentes cerca de uma centena de representantes de países e organizações de todo o globo, e disse acreditar que os esforços "do mundo forte" podem levar ao estabelecimento de uma "paz justa tão cedo quanto possível".

Kiev, lembrou Zelensky, apresentou a sua fórmula para a paz numa reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) realizada em novembro de 2022, na Indonésia, e, "depois disso, ocorreram quatro reuniões de conselheiros de segurança nacional", na Dinamarca, na Arábia Saudita, em Malta e, já no início deste ano, em Davos, também na Suíça, com uma participação crescente -- a última juntou já 82 participantes.

"Foi depois dessa reunião que ficou claro que estávamos prontos para a primeira cimeira de paz inaugural", disse, sublinhando que, entre hoje e domingo, estão representadas na Suíça "todas as partes do mundo, todos os continentes, diferentes nações, tanto geograficamente grandes como pequenas, da América Latina, Médio Oriente, África, Europa, Ásia, Pacífico, Austrália e América do Norte".

"Conseguimos juntar aqui 101 [representantes de] países e organizações para esta primeira cimeira inaugural. Alguns países e líderes manifestaram interesse no impulso pacificador da fórmula de paz e, mesmo que não estejam aqui hoje presentes, conseguimos trazer de volta ao mundo a ideia de que esforços conjuntos podem pôr fim à guerra e estabelecer uma paz justa. E esta ideia vai seguramente vingar, porque o mundo tem poder. As opiniões, ideias e liderança de cada nação são igualmente importantes para nós", afirmou.

Zelensky reiterou que "a Ucrânia nunca quis esta guerra", que classificou como "uma agressão criminosa e absolutamente não provocada da Rússia", e apontou que "o único que queria isso era [Vladimir] Putin", o Presidente russo, um dos grandes ausentes desta cimeira, além da China, entre outros.

Por diversas ocasiões, Moscovo deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky, que prevê na sua versão inicial uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte das autoridades russas e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos.

O Kremlin (Presidência russa) também acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

A China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, rejeitou participar na cimeira dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

O objetivo da reunião, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".

A Ucrânia espera obter um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspetiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia.

Entre os participantes -- cerca de metade dos quais da Europa - contam-se a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Portugal estará representado na conferência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que já chegaram à Suíça.

[Notícia atualizada às 14h30]

Leia Também: Ucrânia. Apenas três países da CPLP representados a alto nível na Suíça

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