"Se a Rússia estivesse interessada na paz, não haveria guerra"

O chefe de Estado ucraniano assegurou estar "agradecido a estes líderes que vieram até à Suíça para começar as negociações para uma paz duradoura", tendo recordado que "são centenas as pessoas que, infelizmente, foram afetadas por esta guerra".

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Notícias ao Minuto com Lusa
15/06/2024 17:32 ‧ 15/06/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, salientou, este sábado, que o homólogo russo, Vladimir Putin, “tem de mudar o seu registo de ultimatos”, ao mesmo tempo que se mostrou agradecido aos líderes mundiais que marcam presença na Cimeira para a Paz na Ucrânia, que durará até domingo.

“Putin tem de mudar o seu registo de ultimatos para um registo de que a maioria do mundo quer, com uma paz justa”, disse, durante o seu discurso de abertura, ao mesmo tempo que apontou que “se a Rússia estivesse interessada na paz, não haveria guerra”.

O chefe de Estado ucraniano assegurou estar “agradecido a estes líderes que vieram até à Suíça para começar as negociações para uma paz duradoura”, tendo recordado que “são centenas as pessoas que, infelizmente, foram afetadas por esta guerra”.

“Ninguém tinha o direito de ameaçar o mundo com armas nucleares. Ninguém tinha o direito de raptar as crianças de outra nação. Ninguém tinha o direito de prejudicar a paz”, disse.

Zelensky apontou ainda que a Ucrânia está disponível para “ouvir todas a propostas”, pretendendo “apostar em três elementos essenciais do processo de fórmula para a paz”.

“Esperamos com isso chegar a um acordo e chegar a um plano de ação para cada ponto dessa fórmula”, disse.

Entre esses pontos está a “libertação de prisioneiros e de deportados, adultos e crianças, militares e civis, cujas vidas foram afetadas pela guerra”. Isto porque, sublinhou, “um mundo unido é um mundo de paz”.

Por diversas ocasiões, Moscovo deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky, que prevê na sua versão inicial uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte das autoridades russas e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos. O Kremlin também acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

A China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, rejeitou participar na cimeira dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

Entre os participantes - cerca de metade dos quais da Europa - contam-se a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Portugal estará representado na conferência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Leia Também: Sucesso da Cimeira para a Paz? "Medido por adesão ao comunicado final"

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