EUA afirmam que Putin não quer negociações de paz, mas rendição de Kyiv

A vice-presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que a proposta do Presidente russo para um cessar-fogo na Ucrânia não é uma negociação, mas "uma rendição" de Kyiv às "violações descaradas" por parte da Rússia à Carta das Nações Unidas.

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© ALESSANDRO DELLA VALLE/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
15/06/2024 18:40 ‧ 15/06/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Ontem [sexta-feira], Putin apresentou uma proposta, mas temos de dizer a verdade: ele não está a apelar a negociações (de paz), está a apelar à rendição. Os Estados Unidos estão do lado da Ucrânia, não por caridade, mas porque é do nosso interesse estratégico", disse Kamala Harris no início da primeira sessão plenária da Cimeira para a Paz na Ucrânia, que se realiza na Suíça.

Na sexta-feira, Vladimir Putin prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kyiv começasse a retirar as tropas das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas por Moscovo em 2022, e renunciasse aos planos de adesão à NATO.

A vice-presidente dos Estados Unidos defendeu o direito da Ucrânia à soberania e às fronteiras e o respeito pelas normas internacionais estabelecidas na Carta das Nações Unidas, que a Rússia, acrescentou, "violou descaradamente, durante dois anos e meio" de invasão.

"Se o mundo não reagir quando um agressor invade o seu vizinho, outros agressores serão sem dúvida encorajados. Isso leva à possibilidade de uma guerra de conquista e de caos que ameaça todas as nações, e não a ordem e a estabilidade", disse Kamala Harris, que lidera a delegação enviada pelos Estados Unidos da América (EUA) a esta cimeira que conta com a participação de mais de 90 países e organizações internacionais.

O Governo suíço, o anfitrião da Cimeira da Paz na Ucrânia, espera que esta reunião de líderes mundiais "sirva para criar confiança e os primeiros passos para um caminho de paz", embora reconheça que não será uma tarefa fácil.

Kamala Harris lembrou que esta reunião deve servir para encontrar um terreno comum para rejeitar a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022, e para garantir a segurança energética e alimentar no mundo, uma vez que a Ucrânia é um ator importante em ambas as questões.

"O Presidente Joe Biden e eu continuaremos a apoiar a Ucrânia, a impor custos à Rússia e a trabalhar para uma paz justa e duradoura baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas. Concordamos que um benefício prático desta cimeira de paz deve ser o aumento da segurança energética e alimentar global e que não podemos permitir que nada sobre o fim desta guerra seja decidido sem a Ucrânia", disse ainda a vice-presidente dos EUA.

A Suíça acolhe entre hoje e domingo a Cimeira para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito, que já entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

Leia Também: Ucrânia. Von der Leyen diz ser vital reafirmar primado da Carta da ONU

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