"As informações sobre o possível envio de tanques argentinos através da Alemanha, similar ao acordo dos aviões com a França, são também preocupantes", disse Dmitri Feoktistov, citado pela imprensa russa, acrescentando que foi comunicado "claramente e com firmeza à Argentina que tais ações serão consideradas hostis à Rússia".
O diplomata instou o Presidente da Argentina, Javier Milei, a não interferir na guerra (entre Ucrânia e Rússia) e a retomar a neutralidade para "preservar a natureza amigável das relações russo-argentinas, que historicamente têm sido imunes às tendências políticas".
Ucrânia e Rússia estão em guerra há cerca de dois anos e meio, desde que as tropas russas invadiram território ucraniano, ato condenado pela generalidade da comunidade internacional.
No sábado, à margem da Cimeira para a Paz na Ucrânia, que hoje terminou na Suíça, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agraciou o homólogo argentino, Javier Milei, com a Ordem da Liberdade, insígnia concedida por méritos especiais no fortalecimento da soberania e independência da Ucrânia.
Na intervenção que fez na cimeira, o Presidente da Argentina expressou o seu "apoio máximo" ao homólogo ucraniano e defendeu "a paz, o comércio e a prosperidade".
"Como defensores das ideias de liberdade, repudiamos qualquer tipo de violência entre pessoas, mas em particular rejeitamos a guerra como mecanismo ilegítimo para resolver conflitos entre nações", afirmou na altura Javier Milei perante Zelensky e cerca de uma centena de delegações de países dos vários continentes.
O embaixador russo Dmitri Feoktistov criticou igualmente a participação do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, na reunião, esta semana, na capital belga, do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia.
"A aproximação entre Buenos Aires e os patrões militares da Ucrânia causa-nos uma profunda deceção", sentenciou.
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