Um menino de quatro anos, natural da Costa de Marfim, morreu depois de ter tentado atravessar o oceano Atlântico para chegar à Gran Canária.
Charlotte, que não pôde embarcar, encarregou os seus companheiros de viagem de tomar conta do menino, mas Moses não conseguiu passar pela rota de migração das Ilhas Canárias, a mais mortífera do mundo, e morreu na travessia.
A sua mãe escreveu uma carta de despedida, onde pede desculpa ao filho, por ter querido que este tivesse uma vida melhor. "Se hoje pudesse voltar atrás, voltaria e não te faria atravessar o mar", escreveu Charlotte, que participou no funeral do filho, este domingo, por vídeoconferência.
"Perdoa-me, meu filho. Só queria que chegasses lá e fosses à escola", continua a mulher, numa missiva que foi lida durante a cerimónia fúnebre, citada pelo La Vanguardia.
A criança foi enterrada no cemitério de São Gregório, no município de Telde, na Gran Canária. Charlotte não conseguiu estar presente uma vez que não lhe foram emitidos os papéis para poder viajar até à ilha espanhola.
Durante a cerimónia, a mulher pediu várias vezes desculpa ao filho, recordando os tempo difíceis que passaram em Marrocos, na esperança de conseguir chegar a Espanha.
"Este não era o resultado que queria. Tenho o coração partido", rematou.
Segundo o La Vangardia, Moisés Yván Mathis Brou, nascido a 12 de agosto de 2019, foi uma das vítimas do naufrágio que ocorreu no final de junho do ano passado em águas espanholas. O barco partiu da costa marroquina com 61 migrantes e apenas 24 foram resgatados com vida.
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