Yury Ushakov, antigo embaixador da Rússia nos Estados Unidos (EUA) entre 1998 e 2008, comentou, esta segunda-feira, a visita do presidente da Rússia, Vladimir Putin à Coreia do Norte, que se inicia amanhã.
"As relações entre a Rússia e a Coreia do Norte são amistosas e de boa vizinhança. Começaram a desenvolver-se muito ativamente nos últimos anos, mas o mais importante é que se desenvolvem com base nos princípios da igualdade, do respeito pela soberania, da via escolhida para o desenvolvimento e tendo em conta os interesses mútuos fundamentais", explicou aos jornalistas, citado pela agência russa Tass.
Segundo o antigo embaixador, a visita em causa, que durará dois dias, vai mostrar a vontade que Moscovo tem de ter um diálogo de igual para igual com outros países também. "A visita é importante para as relações bilaterais [entre os dois países], mas também mostra que a Rússia "defende um diálogo igualitário e está aberta à cooperação com todos os países, especialmente com os nossos vizinhos mais próximos, apesar de todas as tentativas do Ocidente coletivo para nos pressionar".
Yury Ushakov considerou ainda que o programa para os próximos dias é "intenso", apontando que esta será a segunda visita de Vladimir Putin à Coreia do Norte "em toda a história das suas relações".
Recorde-se que a visita foi anunciada hoje, e espera-se que os dois países "estreitem laços", algo com que Washington já confessou esta "preocupado". "Não estamos preocupados com a visita. Estamos preocupados com o aprofundar de laços entre os dois países", detalhou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
"Não só por causa do impacto que vai ter no povo ucraniano, já que sabemos que mísseis balísticos norte-coreanos estão a ser usados para atingir tropas ucranianas, mas também porque pode haver alguma reciprocidade que pode afetar a segurança da península coreana", afirmou, citado pela agência France-Presse.
A vista de Putin começa na terça-feira, vai durar dois dias, e realiza-se a convite do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Os dois países, que estão sujeitos a pesadas sanções internacionais, reforçaram consideravelmente os laços desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A viagem à Coreia do Norte ocorre nove meses depois de Putin ter recebido Kim no Extremo Oriente russo.
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