Vladimir Putin, que vai estar hoje e quarta-feira na Coreia do Norte, defendeu as relações históricas entre os dois países e agradeceu a Pyongyang "por ter apoiado firmemente a operação militar especial da Rússia" na Ucrânia, indicou.
O líder russo notou ainda que o regime de Kim Jong-un é um aliado na tentativa russa de estabelecer uma ordem multipolar que os Estados Unidos "veem como uma ameaça à sua hegemonia global".
Putin garantiu que os "países que não aceitam esta posição e aplicam políticas independentes enfrentam pressões externas cada vez mais duras".
Moscovo e Pyongyang, através da criação desta rede de pagamentos independente que procura contornar os mecanismos de sanções, procuram "tornar as relações internacionais mais democráticas e flexíveis", acrescentou.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, considerou que a visita do dirigente russo à Coreia do Norte demonstra a dependência de Moscovo de regimes autoritários.
"Os seus amigos mais próximos e maiores apoiantes do esforço de guerra russo são a Coreia do Norte, o Irão e a China", disse o chefe da NATO, na segunda-feira, durante uma visita a Washington.
A visita de Putin realiza-se a convite do líder norte-coreano, que há nove meses se deslocou à Rússia, referiu o Kremlin, citado pela agência de notícias oficial russa TASS.
O Ocidente acusa a Coreia do Norte de fornecer munições à Rússia para a guerra contra a Ucrânia.
Os dois países, que estão sujeitos a pesadas sanções internacionais, reforçaram consideravelmente os laços desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Na semana passada, os Estados Unidos acusaram a Rússia de utilizar mísseis balísticos norte-coreanos na Ucrânia.
Washington e Seul disseram que, em troca, Moscovo forneceu a Pyongyang conhecimentos especializados para o programa de satélites e enviou ajuda para fazer face à escassez de alimentos no país.
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