A França Insubmissa (LFI), grupo maioritário na Assembleia Nacional cessante, que reúne mais candidatos na coligação para a primeira volta das eleições legislativas a 30 de junho, insiste na regra de que deve ser o maior grupo a propor um candidato.
Em entrevista à France 2, a antiga líder do LFI na Assembleia Nacional, Mathilde Panot, voltou hoje a defender esta posição, evitando o debate que, na sua opinião, não é a questão atual.
"Não vamos jogar esse jogo por agora. Temos de ganhar. Não quero dividir colocando este ou aquele nome", disse Mathilde Panot, sem se pronunciar sobre a questão mais polémica dentro da coligação, com as ambições do líder do LFI, Jean-Luc Mélenchon, usadas pelos partidos do centro, da direita e, sobretudo, da extrema-direita, para desqualificar a esquerda.
O primeiro-secretário do Partido Socialista (PS), Olivier Faure, quis intervir neste debate, numa outra entrevista ao canal BFMTV, para dizer que quer que haja "um voto" porque "é a única forma de arbitrar".
Segundo o esquema proposto por Olivier Faure, votariam os deputados dos quatro partidos da Frente Popular - LFI, PS, Ecologistas e Partido Comunista Francês - eleitos na segunda volta das eleições legislativas de 07 de julho.
O líder socialista considera que as circunstâncias da campanha mudaram desde que o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou, a 09 de junho, a convocação de eleições legislativas antecipadas, após a vitória esmagadora nas eleições europeias de Marine Le Pen e do partido de extrema-direita União Nacional (RN) de Jordan Bardella.
Para Olivier Faure, na altura existia "a impressão de algo inelutável, a extrema-direita ia ganhar de certeza", mas desde então foi formada a coligação Nova Frente Popular.
Contudo, as sondagens continuam a antecipar uma vitória do RN a 30 de junho.
O instituto Ifop, numa sondagem publicada na segunda-feira à noite, atribui ao partido de extrema-direita 33% dos votos, seguido da Nova Frente Popular com 28% e, em terceiro lugar, a maioria cessante do Presidente francês, Renascimento, com 18% dos votos.
De acordo com este cenário, na segunda volta, a maioria dos eleitores teria de escolher entre um candidato do RN e um candidato da coligação de esquerda, e aí o nome do candidato a primeiro-ministro poderia pesar sobre o destino do voto dos eleitores de outros candidatos do centro ou da direita que tenham sido eliminados na primeira volta.
As eleições legislativas em França realizam-se em duas voltas marcadas para 30 de junho e 07 de julho, em que serão eleitos os candidatos para os 577 círculos eleitorais.
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