O Partido Nacionalista Basco (PNV, centro-direita) foi o mais votado nas eleições regionais de 21 de abril, mas não conseguiu maioria absoluta no parlamento regional, e esteve desde então a negociar com o Partido Socialista (PSE-EE) a reedição da coligação de governo da legislatura anterior.
Os dois partidos assinaram hoje um novo acordo de governo e na quinta-feira Imanol Pradales, do PNV, apresentar-se-á como candidato a presidente do governo autonómico ao plenário do parlamento basco, numa sessão que terminará com uma votação dos deputados.
PNV e PSE-EE têm, em conjunto, maioria absoluta no parlamento do País Basco pelo que a eleição de Padrales como 'lehendakari' (presidente do governo autonómico basco) está assegurada.
Dirigentes dos dois partidos disseram hoje, quando assinaram o novo acordo de coligação, em Vitória, capital do País Basco, que o documento "garante serviços públicos de máxima qualidade" na região e contém também objetivos para ampliar "o autogoverno", em respeito pela legislação e a Constituição de Espanha.
O PNV reclamou a vitória nas eleições de abril por ter sido o mais votado, embora tenha elegido o mesmo número de deputados do que o EH Bildu, uma plataforma de esquerda de partidos independentistas em que se incluem formações herdeiras dos braços políticos do grupo terrorista ETA.
Após mais de 40 anos de democracia e de autonomias em Espanha, o EH Bildu teve um resultado histórico e disputou, pela primeira vez, a vitória nas eleições regionais.
O PSE-EE, que foi o terceiro mais votado, rejeitou sempre a possibilidade de acordos com o EH Bildu no País Basco, embora em Madrid o Governo central espanhol do socialista Pedro Sánchez tenha sido viabilizado e continue a depender do apoio parlamentar tanto do PNV como do EH Bildu.
O líder do PSE, Eneko Andueza, argumentou que dirigentes do EH Bildu nunca fizeram a condenação da ETA e que é um partido com uma agenda independentista que tem dissimulado ou mesmo ocultado.
O EH Bildu, que nos estatutos tem inscrita a condenação da violência com objetivos políticos, nasceu em 2012, com o fim da atividade da ETA e no contexto da crise financeira, tendo-se consolidado ao longo destes 12 anos como um partido com preocupações sociais, relegando para um plano secundário as questões identitárias ou a independência do País Basco.
O PNV foi sempre o partido mais votado nas eleições regionais bascas e, com a exceção de um período de três anos entre 2009 e 2012, esteve também sempre à frente do governo autonómico.
EH Bildu e PNV (que teve também mais votos do que nas eleições anteriores) conseguiram, no conjunto, mais de 72% dos deputados e o novo parlamento regional é o mais nacionalista da história do País Basco, depois de uma campanha centrada, no essencial, em questões socioeconómicas e coincidindo com um momento em que, segundo todos os estudos de opinião, o desejo de independência está em mínimos históricos entre os bascos.
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