Nacionalistas voltam a liderar governo basco coligados com socialistas

A região espanhola do País Basco vai voltar a ser governada por uma coligação formada por nacionalistas de centro-direita e socialistas, na sequência das eleições de abril passado, segundo um acordo formalizado hoje.

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Lusa
19/06/2024 17:19 ‧ 19/06/2024 por Lusa

Mundo

País Basco

O Partido Nacionalista Basco (PNV, centro-direita) foi o mais votado nas eleições regionais de 21 de abril, mas não conseguiu maioria absoluta no parlamento regional, e esteve desde então a negociar com o Partido Socialista (PSE-EE) a reedição da coligação de governo da legislatura anterior.

Os dois partidos assinaram hoje um novo acordo de governo e na quinta-feira Imanol Pradales, do PNV, apresentar-se-á como candidato a presidente do governo autonómico ao plenário do parlamento basco, numa sessão que terminará com uma votação dos deputados.

PNV e PSE-EE têm, em conjunto, maioria absoluta no parlamento do País Basco pelo que a eleição de Padrales como 'lehendakari' (presidente do governo autonómico basco) está assegurada.

Dirigentes dos dois partidos disseram hoje, quando assinaram o novo acordo de coligação, em Vitória, capital do País Basco, que o documento "garante serviços públicos de máxima qualidade" na região e contém também objetivos para ampliar "o autogoverno", em respeito pela legislação e a Constituição de Espanha.

O PNV reclamou a vitória nas eleições de abril por ter sido o mais votado, embora tenha elegido o mesmo número de deputados do que o EH Bildu, uma plataforma de esquerda de partidos independentistas em que se incluem formações herdeiras dos braços políticos do grupo terrorista ETA.

Após mais de 40 anos de democracia e de autonomias em Espanha, o EH Bildu teve um resultado histórico e disputou, pela primeira vez, a vitória nas eleições regionais.

O PSE-EE, que foi o terceiro mais votado, rejeitou sempre a possibilidade de acordos com o EH Bildu no País Basco, embora em Madrid o Governo central espanhol do socialista Pedro Sánchez tenha sido viabilizado e continue a depender do apoio parlamentar tanto do PNV como do EH Bildu.

O líder do PSE, Eneko Andueza, argumentou que dirigentes do EH Bildu nunca fizeram a condenação da ETA e que é um partido com uma agenda independentista que tem dissimulado ou mesmo ocultado.

O EH Bildu, que nos estatutos tem inscrita a condenação da violência com objetivos políticos, nasceu em 2012, com o fim da atividade da ETA e no contexto da crise financeira, tendo-se consolidado ao longo destes 12 anos como um partido com preocupações sociais, relegando para um plano secundário as questões identitárias ou a independência do País Basco.

O PNV foi sempre o partido mais votado nas eleições regionais bascas e, com a exceção de um período de três anos entre 2009 e 2012, esteve também sempre à frente do governo autonómico.

EH Bildu e PNV (que teve também mais votos do que nas eleições anteriores) conseguiram, no conjunto, mais de 72% dos deputados e o novo parlamento regional é o mais nacionalista da história do País Basco, depois de uma campanha centrada, no essencial, em questões socioeconómicas e coincidindo com um momento em que, segundo todos os estudos de opinião, o desejo de independência está em mínimos históricos entre os bascos.

Leia Também: Jovem morre esfaqueado junto a bares no País Basco. Cinco menores detidos

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