Roménia vai enviar sistemas de mísseis Patriot para a Ucrânia

Bucareste, recorde-se, é membro da NATO.

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Notícias ao Minuto com Lusa
20/06/2024 15:47 ‧ 20/06/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

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A Roménia, um dos Estados-membros da NATO, vai doar sistemas de mísseis norte-americanos Patriot à vizinha Ucrânia, para a ajudar na luta contra a invasão em grande escala protagonizada pela Rússia.

Segundo a agência Associated Press, que cita o gabinete do presidente romeno, Klaus Iohannis, a decisão foi tomada em coordenação próxima com os aliados do país, e traz uma condição: Que a Roménia obtenha um sistema igual ou equivalente em troca.

"A decisão foi baseada numa avaliação técnica profunda das autoridades romenas, e estão a ser tomadas todas as medidas para eliminar o risco de criar possíveis vulnerabilidades para a Roménia", acrescentou o gabinete do presidente romeno, prometendo que as discussões com os aliados vão "continuar" para que a defesa aérea romena "seja ainda mais fortalecida".

"Perante a deterioração acentuada da situação de segurança na Ucrânia (...), os membros do Conselho Superior de Defesa Nacional decidiram, em estreita coordenação com os Aliados, doar um sistema Patriot à Ucrânia", disse o conselho romeno num comunicado.

Seria "inaceitável deixar a Roménia sem qualquer meio de defesa aérea", advertiu o presidente romeno, Klaus Iohannis, no início de maio, durante um encontro em Washington com o homólogo norte-americano, Joe Biden.

No passado, os Estados Unidos aprovaram o envio de vários sistemas de mísseis Patriot, que são norte-americanos, e que também já foram fornecidos por outros países, como a Alemanha.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem apelado várias vezes ao Ocidente para que ajudem a fortalecer a defesa aérea ucraniana, para fazer frente às tropas russas e aos ataques à sua rede elétrica ordenados pelo Kremlin.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, Zelensky disse estar grato à Roménia.

"Esta contribuição crucial irá reforçar o nosso escudo aéreo e ajudar-nos a proteger melhor a nossa população e as nossas infraestruturas críticas contra o terrorismo aéreo russo", afirmou Zelensky.

Após a Rússia ter lançado uma invasão em grande escala da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, a NATO aumentou a sua presença na sua fronteira europeia oriental, enviando batalões multinacionais para a Roménia, Hungria, Bulgária e Eslováquia.

O sistema norte-americano Patriot, concebido em 1965 para proteger contra aviões inimigos, foi progressivamente adotado pelas forças armadas de vários países da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Perante os apelos de Kyiv, muitos aliados têm-se mostrado reticentes em ceder os Patriots com o argumento de que precisam dos sistemas para proteger os respetivos territórios.

Na Europa, apenas a Alemanha respondeu ao apelo da Ucrânia, prometendo, em meados de abril, enviar uma terceira bateria de Patriots.

Os Estados Unidos vão enviar outro sistema Patriot, segundo os órgãos de comunicação social norte-americanos, citando altos funcionários civis e militares não identificados.

Produzidos pela empresa norte-americana Raytheon Technologies, os mísseis Patriot podem atingir e destruir o alvo em poucas dezenas de segundos.

A Roménia, que partilha uma fronteira de 650 quilómetros com a Ucrânia, comprou sete baterias Patriot em 2017 por quase 4.000 milhões de dólares (3,7 milhões de euros, ao câmbio atual), uma compra sem precedentes para o país.

Até à data, recebeu quatro sistemas, dois dos quais estão totalmente operacionais.

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Bucareste tem apoiado Kyiv, embora sem precisar o tipo de ajuda militar prestada, alegando razões de segurança.

A Roménia também acolhe um centro para formar pilotos ucranianos para os caças F-16, localizado a cerca de 150 quilómetros a leste de Bucareste.

[Notícia atualizada às 15h57]

Leia Também: Roménia retira candidatura de Iohannis para líder da NATO (e apoia Rutte)

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