Uma mulher com dupla nacionalidade russa e norte-americana está a ser julgada na Rússia por ter doado 50 dólares (cerca de 46,65 euros) a uma organização de caridade pró-Ucrânia.
Segundo o jornal The Guardian, Ksenia Karelina, de 32 anos, foi detida em Yekaterinburg, em janeiro deste ano, quando visitava a sua família na Rússia.
Foi acusada de "transferir proativamente fundos a uma organização ucraniana, que as forças armadas ucranianas usaram subsequentemente para comprar medicamentos táticos, equipamento, armas e munições".
A mulher enfrenta uma possível pena de prisão que vai até 20 anos, acusada de "traição".
O caso está a ser julgado à porta fechada em Yekaterinburg, no mesmo tribunal onde, na próxima semana, a 26 de junho, estará sentado no banco dos réus o também russo-americano Evan Gershkovich, jornalista do Wall Street Journal, que foi detido em março do ano passado e acusado de espionagem.
Karelina deverá voltar a ser ouvida em tribunal a 7 de agosto.
Segundo o The Guardian, Washington tem acusado Moscovo de deter os seus cidadãos sem acusações válidas, para utilizá-los como ferramentas de negociação para garantir a libertação de cidadãos russos condenados fora do país.
Para além de Karelina e Gershkovich, um jornalista da rádio Liberty/Radio Free Europe com dupla nacionalidade russa e norte-americana está detido deste outubro do ano passado, por alegadamente recolher informação militar e não se registar como um agente estrangeiro.
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