Rússia aberta ao diálogo com EUA. "Amplo e que inclua questão da Ucrânia"

A Rússia está aberta ao diálogo com os Estados Unidos, mas as conversações devem abranger "todas as questões importantes", incluindo o envolvimento de Washington na guerra na Ucrânia, disse hoje o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov.

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Lusa
21/06/2024 15:34 ‧ 21/06/2024 por Lusa

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Guerra na Ucrânia

"Estamos abertos ao diálogo, mas a um diálogo amplo e abrangente que aborde todas as questões, incluindo a atual, ligada ao conflito em torno da Ucrânia e ao envolvimento direto dos Estados Unidos", afirmou em declarações à imprensa russa.

Peskov lembrou que o Presidente russo, Vladimir Putin, já se referiu às perspetivas de diálogo com os Estados Unidos da América (EUA), "mas apenas se for abrangente".

O porta-voz defendeu que algumas questões específicas não podem ser isoladas do conjunto geral de problemas acumulados.

Contudo, insistiu: "Em geral há uma grande procura de diálogo, é necessário, porque os problemas acumulam-se, e há muitos problemas ligados à arquitetura de segurança global".

Peskov comentava as recentes declarações de uma fonte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA à agência russa Sputnik, nas quais indicou que o seu país está disposto a discutir questões de desarmamento nuclear e uma atualização do tratado START.

"A Rússia rejeitou categoricamente as nossas propostas, invocando o apoio contínuo dos Estados Unidos à Ucrânia. Continuamos abertos ao diálogo com a Rússia sobre o risco nuclear e o controlo de armas, e nunca ligamos essas discussões à Ucrânia", disse a fonte norte-americana.

"É claro que aqueles que fazem estas declarações nem sequer se preocupam em ler atentamente as palavras do Presidente russo", concluiu Peskov.

Por seu lado, o ex-Presidente russo Dmitri Medvedev, conhecido pelas suas declarações radicais, afirmou hoje na plataforma Telegram que as negociações entre Moscovo e Washington "só serão possíveis após o fim do fornecimento de armas ao regime ucraniano e o bloqueio da sua entrada na NATO".

Caso contrário, Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, ameaçou repetir a era das décadas de 1950 e 1960, quando "a psicose total da construção de 'bunkers' contra bombas e mísseis russos se espalhou pelos Estados Unidos".

Os EUA não só fornecem armas para combater o exército russo em território ucraniano, mas também permitiram o uso de armamento norte-americano contra alvos militares nas regiões russas fronteiriças.

Em fevereiro de 2023, a Rússia congelou o cumprimento do último tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos, o Novo START ou START III, que expira em 2026, e ameaçou retomar os testes nucleares se Washington o fizer também.

Moscovo proibiu anteriormente as inspeções norte-americanas ao seu arsenal nuclear, apontando dificuldades em fazer o mesmo nos Estados Unidos devido às sanções ocidentais.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Rússia acusa NATO de política agressiva contra a região euro-asiática

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