Colômbia negoceia com rebeldes que voltaram às armas após acordos de paz

A Colômbia iniciou negociações de paz com o grupo rebelde Segunda Marquetalia, numa tentativa da administração do presidente de esquerda, Gustavo Petro, para pacificar as zonas rurais do país onde a violência tem vindo a aumentar.

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© Charlie Cordero/Bloomberg via Getty Images

Lusa
25/06/2024 08:44 ‧ 25/06/2024 por Lusa

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Colômbia

O aumento da violência tem-se verificado apesar dos esforços para manter os acordos de cessar-fogo celebrados em 2016 com vários grupos armados.

As conversações foram anunciadas em Caracas, na Venezuela, numa cerimónia que incluiu delegados do governo e líderes dos rebeldes que voltaram a pegar nas armas dizendo-se desiludidos com a implementação do acordo.

As negociações com a Segunda Marquetalia são controversas porque o grupo é liderado por elementos das antigas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que assinaram o acordo de paz mas voltaram a recorrer às armas porque alguns dos seus membros enfrentam investigações de tráfico de droga.

O grupo Segunda Marquetalia é liderado por Luciano Marín, um antigo comandante das FARC que foi o principal negociador do grupo nas conversações de paz que levaram ao desarmamento de mais de 13 mil combatentes rebeldes.

Os rebeldes foram poupados a penas de prisão e receberam 10 lugares no Congresso da Colômbia, como parte do acordo de paz de 2016, incluindo um lugar no Senado que foi atribuído a Marín, mais conhecido pelo seu nome de guerra, Ivan Márquez.

Só que Marín cansou-se do acordo de paz em 2018, após um dos seus camaradas mais próximos, Seuxis Paucias, ter sido preso pela polícia colombiana com base num mandado de detenção emitido pelos EUA por, alegadamente, ter conspirado na exportação de 10 toneladas de cocaína para aquele país.

À medida que a investigação se aproximava de Marín, o comandante rebelde desapareceu dos eventos públicos, retirou-se para a selva e anunciou a criação do seu novo grupo, em 2019, afirmando ter sido traído pelo governo.

Desde então, tem lutado contra o Estado colombiano com o grupo Segunda Marquetalia, mas no ano passado começou a manter conversações privadas com funcionários da administração de Petri em locais secretos na Venezuela.

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