Julian Assange, o fundador do portal WikiLeaks e que enfrentava uma pena de prisão de cerca de 180 anos nos Estados Unidos, tornou-se, esta quarta-feira, "um homem livre". O australiano foi presente a um tribunal das Ilhas Marianas, território norte-americano no Pacífico, onde se declarou culpado e já rumou à Austrália.
"Com esta decisão, parece que poderá sair deste tribunal como um homem livre. Espero que isto ajude a restaurar alguma paz", disse a juíza Ramona Villagomez Manglona, ao proferir a sentença.
Segundo a agência de notícias Agence France-Presse (AFP), Assange irá agora regressar à Austrália, num voo que partiu da ilha de Saipan, nas Ilhas Marianas, pelas 12h10 locais (3h10 em Lisboa) e deverá aterrar em Camberra cerca das 19h00 (10h00 em Lisboa).
Na terça-feira, o portal Wikileaks anunciou que Julian Assange, que se encontrava preso no Reino Unido, foi libertado na segunda-feira de manhã e transportado para o aeroporto de Stansted, onde embarcou num avião, na sequência de um acordo com a Justiça norte-americana, nos termos do qual aceitou declarar-se culpado de um dos crimes: conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais relacionadas com a Defesa e a Segurança Nacional dos Estados Unidos.
Com o acordo, Assange foi condenado a 62 meses de prisão, uma pena já cumprida em prisão preventiva em Londres. Assange aceitou ainda renunciar ao direito de apresentar recurso e comprometeu-se a destruir qualquer informação confidencial obtida pelo WikiLeaks.
Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, altura em que foi detido, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.
Desde então que os EUA tentavam a extradição de Assange, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.
Pode ver acima uma galeria de imagens sobre a passagem de Julian Assange pelas Ilhas Marianas.
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