O Departamento de Pescas canadiano anunciou na quarta-feira que iria restabelecer a pesca comercial do bacalhau na província, com um total permitido de captura de 18 mil toneladas para a época de 2024.
"O fim da moratória do bacalhau no norte é um marco histórico", disse a ministra federal das Pescas, Diane Lebouthillier, num comunicado à imprensa.
"Reconstruiremos esta pescaria com cautela, mas com otimismo, sendo os principais beneficiários as comunidades costeiras e indígenas em toda a Terra Nova e Labrador", acrescentou a governante.
O Canadá anunciou a proibição em 02 de julho de 1992, numa tentativa de ajudar a recuperar as reservas desta espécie nas costas norte e leste da província, que tinham entrado em colapso.
A chamada moratória do bacalhau deveria durar dois anos, mas foi sendo sucessivamente prolongada uma vez que a espécie não mostrava sinais de recuperação e continuava na "zona crítica".
Quando uma espécie se encontra na zona crítica, os cientistas recomendam que seja protegida tanto quanto possível e que os limites de captura permaneçam baixos.
Em 2023, cientistas do Departamento das Pescas anunciaram que, de acordo com um novo modelo, o bacalhau estava fora da "zona crítica" pela primeira vez em décadas e tinha entrado na "zona cautelosa".
A captura total de 18 mil toneladas para a época de 2024 é apenas uma fração do que era -- 120 mil toneladas, de acordo com um portal do governo -- em fevereiro de 1992, poucos meses antes da moratória.
"A nossa província esperou muito tempo pelo fim da moratória do bacalhau", disse o primeiro-ministro da Terra Nova e Labrador, Andrew Furey.
"Uma pesca sustentável que proporcione o máximo de benefícios para todos (...) é o mais importante", acrescentou Furey, nas redes sociais.
Até 1992, a pesca do bacalhau era o principal motor económico da província na costa atlântica do Canadá e a moratória deixou dezenas de milhares de pessoas sem trabalho.
Com o encerramento das fábricas de peixe e a diminuição dos empregos, os jovens das zonas rurais da ilha de Terra Nova começaram a partir para a capital provincial, St. John's, ou para o Canadá continental em busca de trabalho.
Entre 1991 e 2001, a população da província caiu cerca de 10%, em grande parte devido ao abandono das comunidades portuárias, de acordo com o portal Heritage Newfoundland and Labrador ('Património da Terra Nova e Labrador').
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