O primeiro confronto entre Donald Trump e Joe Biden aconteceu na madrugada de sexta-feira e se o antigo presidente, Trump, apareceu enérgico, o atual mostrou-se hesitante, o que levantou preocupações na ala Democrata.

De acordo com as publicações internacionais, nomeadamente, o Politico, há democratas que começam a olhar para uma alternativa a Biden.

Segundo a publicação em causa, ainda o debate decorria e já três estrategas próximos de três potenciais candidatos estavam a receber mensagens. A uma destas pessoas foi mesmo pedido que o seu candidato 'avançasse' como alternativa a Biden.

O Politico falou com algumas pessoas que fazem doações ao partido, e uma delas descreveu este debate "como o pior" de sempre e alertou que depois de ontem "ninguém ia prestar atenção às mentiras de Trump".

À publicação The Hill, um outro conselheiro considerou que a 1h30 de quinta feira foi um "suicídio político". Uma outra fonte, aliada de Biden, apontou: "Isto é um pesadelo. Não acredito no que estou a ver. Estou a ver-nos perder esta eleição em câmara lenta".

Houve ainda quem apoiasse Biden, apesar da má prestação. A 'vice' de Biden, Kamala Harris, disse que o confronto começou de forma "lenta, mas que houve um final forte". Também o governador da Califórnia, Gavin Newsom, demonstrou o seu apoio a Biden, referindo que a conversa sobre a eventual saída de Biden da corrida presidencial era "desnecessária" e que "não ajudava em nada". "Não se vira as costas por causa de uma má prestação", afirmou Newsom.

Outro conselheiro terá recebido meia dúzia de mensagens de pessoas que fazem importantes doações ao Partido Democrata a dizer que o debate estava a ser "um desastre" e que "algo tinha de ser feito". Esta mesma pessoa referiu, no entanto, que "não havia muito a fazer a não ser que Biden se afaste".

É possível substituir Biden?

As publicações internacionais dão conta de que as regras do Partido Democrata fazem com que seja quase impossível substituir candidatos sem o seu consentimento, e Biden não enfrentou muita oposição nas primárias. Sublinhando que, para já, não há mesmo nenhum esforço conhecido para que Biden saia.

"Isto não são os anos 60. Os eleitores escolhem os nomeados. Ele foi nomeado [para candidato]", explicou uma analista à CNN Internacional

E se Biden sair por sua vontade?

A NBC News dá conta de que o cenário mais plausível para que Biden seja substituído é se o próprio abrir a porta à sua saída - o que o atual presidente dos EUA tem vindo repetidamente a dizer que não vai fazer.

Biden só é formalmente nomeado como candidato em agosto, e a publicação norte-americana dá conta de que se este decidisse sair antes haveria uma espécie de "vale tudo" entre os democratas, já que não existe qualquer mecanismo que permita a Biden ou a outra pessoa nomear um 'sucessor'.

O que está em causa são os delegados do partido, já que para ser nomeado é preciso ganhar a maioria dos quatro mil existentes - tendo Biden 'arrecadado' 3.900 dos mesmos.

Segundo a NBC News explica, a nomeação de um novo nome estaria nas mãos dos delegados que se 'comprometeram' com Biden, o que significa que o presidente teria alguma influência, na teoria, mas, na prática, os mesmos delegados poderiam votar como quisessem - o que significa que potenciais novos candidatos fariam uma campanha mais "agressiva", para conquistar mais delegados.

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