"Estas eleições são muito importantes para democracia francesa, para o futuro do país e para o futuro de Europa", salientou a diplomata no Liceu Francês Charles Lepierre de Lisboa, onde decorre o ato eleitoral da primeira volta na capital portuguesa.
De acordo com Hélène Farnaud-Defromont, mais de um terço dos cerca de 20.000 inscritos nos cadernos eleitorais, em Portugal, já votou através da Internet.
"A votação presencial decorre em Lisboa, Porto e Vilamoura. (...) Haverá uma segunda volta e o voto eletrónico será possível nos dias 03 e 04 de julho e o voto presencial será no próximo domingo, 07 de julho", recordou, indicando que "a mobilização é mais alta hoje do que em 2022".
Hélène Farnaud-Defromont, que votou através da Internet, dizia no Liceu Francês que "todos dos franceses estavam conscientes" da importância destas eleições que serão marcadas pela subida da extrema-direita e que podem mergulhar França num cenário de instabilidade.
"A votação presencial está a decorrer com calma, num espírito de seriedade e de responsabilidade", sublinhou.
As mesas de voto estão abertas entre as 08h00 e as 18h00.
Nestas eleições estão em causa os 577 lugares da Assembleia Nacional (parlamento). Caso nenhum partido consiga hoje mais de 50% dos votos (ou seja, pelo menos 289 eleitos) -- um cenário provável -, haverá uma segunda volta, já marcada para o próximo domingo, dia 07 de julho.
As legislativas, que deveriam acontecer apenas em 2027, foram convocadas de forma surpreendente pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (RN, de extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 09 de junho.
As mais recentes sondagens, publicadas na sexta-feira, último dia de campanha eleitoral, davam conta de uma subida da extrema-direita, que poderá obter 37% dos votos, juntamente com os seus aliados conservadores.
Em segundo lugar, a nova Frente Popular, que reúne os partidos de esquerda, obteria 28% dos votos. Já a maioria cessante do Presidente francês acentuaria a sua queda, situando-se nos 20%.
Os Republicanos (LR), o partido tradicional de direita, registou uma cisão liderada pelo seu presidente, Éric Ciotti, que se aliou a Marine Le Pen e a Jordan Bardella, do RN.
Se a vitória da extrema-direita nestas eleições parece certa, já o cenário pós-eleições gera mais dúvidas: caso não haja maiorias claras e se os partidos falharem acordos para uma coligação governamental, pode verificar-se um impasse, uma situação inédita em França.
Um cenário que poderia prolongar-se até julho de 2025, já que Macron não poderia voltar a convocar eleições legislativas no período de um ano.
Caso outras forças políticas consigam formar governo, instala-se um regime de 'coabitação', em que o executivo pode implementar as suas propostas, eventualmente desviando-se da política do Presidente.
Mesmo desafiado por Marine Le Pen a demitir-se caso a extrema-direita vença as eleições, Macron já garantiu que o seu mandato é para cumprir até ao fim, em maio de 2027.
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