Egito acusa "consciência da humanidade ausente" na Faixa de Gaza
O presidente do Egito acusou Israel de "impor a deslocação forçada [de palestinianos] em direção aos territórios egípcios".
© Getty Images
Mundo Israel/Palestina
O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, disse que "a consciência da humanidade tem estado ausente" na Faixa de Gaza, território fustigado por ataques de Israel que argumentam estar a combater os terroristas do Hamas.
"A comunidade internacional fechou os olhos às dezenas de milhares de vítimas inocentes, deslocadas e aflitas", disse o líder egípcio num discurso televisivo, citado pelo jornal Egypt Today.
Nas mesmas declarações, el-Sisi argumentou que os líderes de Israel estão a "impor a deslocação forçada [de palestinianos] em direção aos territórios egípcios".
"A posição do Egito tem sido nobre, honrosa e patriótica. O Egito não foi ocioso na prestação de ajuda aos nossos irmãos palestinianos com ações antes das palavras", acrescentou, no dia em que se marcam 11 anos da revolução de 30 de Junho de 2013, no âmbito da Primavera Árabe.
O Cairo aceitou, num acordo com os Estados Unidos, "deixar passar a ajuda humanitária fornecida pela ONU [a Gaza] através da passagem de Kerem Shalom", no sul de Israel, indicou na segunda-feira a Casa Branca.
Israel, que prossegue as operações militares em Rafah, assumiu no início de maio o controlo deste posto fronteiriço, com a imposição de um bloqueio total à ajuda humanitária.
Os dirigentes egípcio e norte-americano também abordaram hoje "novas tentativas destinadas a libertar imediatamente os reféns e instaurar um cessar-fogo imediato e duradouro" no enclave palestiniano.
Após mais de sete meses de guerra, a situação humanitária no território palestiniano permanece alarmante.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, segundo dados oficiais israelitas.
Nesse dia, 252 pessoas também foram feitas reféns e enviadas para o território palestiniano. Atualmente, 121 pessoas permanecem retidas em Gaza, dos quais 37 já estarão mortas, segundo o Exército de Telavive.
Em resposta, as forças militares israelitas desencadearam uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, onde o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos, assumiu o poder em 2007.
Pelo menos 35.800 palestinianos, na larga maioria civis, já foram mortos e cerca de 80.000 feridos, segundo os dados do Ministério da Saúde local, tutelado pelo Hamas.
A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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