Israel liberta dezenas de palestinianos incluindo médico de Gaza

Israel libertou dezenas de prisioneiros palestinianos, entre os quais o diretor do hospital al-Chifa da cidade de Gaza, detido em novembro, disse hoje uma fonte médica do território palestiniano.

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Lusa
01/07/2024 10:45 ‧ 01/07/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Os detidos foram transferidos para centros médicos na Faixa de Gaza através de uma passagem a leste de Khan Yunis, referiu a fonte, citada pela agência francesa AFP.

Um dos libertados é o médico Mohammed Abu Salmiya, diretor do hospital al-Chifa, precisou a fonte do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, na cidade de Deir el-Balah, no centro do enclave.

Cinco das pessoas libertadas foram internados no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa e outros foram transferidos para hospitais em Khan Yunis.

Questionado pela AFP sobre a libertação dos prisioneiros, o exército israelita afirmou estar a "verificar essa informação".

Mohammed Abou Salmiya denunciou ter sido sujeito a "torturas graves" durante a detenção em Israel e ter sofrido uma fratura no polegar.

"Os prisioneiros são sujeitos a todos os tipos de tortura", afirmou o médico durante uma conferência de imprensa, segundo a AFP.

O médico disse que "muitos prisioneiros morreram nos centros de interrogatório e foram privados de alimentos e medicamentos".

"Durante dois meses, os prisioneiros comeram apenas um pão por dia", afirmou, referindo que foram "sujeitos a humilhações físicas e psicológicas".

O médico disse ainda ter estado detido sete meses "sem ter sido acusado".

Israel acusa o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, de utilizar os hospitais para fins militares, o que o grupo extremista palestiniano nega.

"Sob a sua [Salmiya] direção, o hospital foi palco de numerosas atividades terroristas do Hamas", declarou na altura o exército, que revistou quarto a quarto o hospital, o maior do território palestiniano.

"A libertação do diretor do centro médico de al-Chifa em Gaza, juntamente com dezenas de outros terroristas, é uma renúncia à segurança", declarou hoje nas redes sociais o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir.

Em maio, as associações palestinianas que defendem os direitos dos detidos afirmaram que dois palestinianos, entre os quais um médico de al-Chifa, tinham morrido numa prisão israelita na sequência de torturas e de falta de cuidados.

O exército israelita disse na altura à AFP que "não estava informado" de tais factos.

Os militares israelitas abriram um inquérito em 19 de dezembro, na sequência da morte de vários palestinianos detidos em Gaza desde o ataque de 07 de outubro do Hamas no sul de Israel.

O ataque provocou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas, que responderam com uma ofensiva em Gaza que o Hamas afirma que já causou mais de 37.800 mortos.

Leia Também: Exército de Israel lança operação em Nur Shams na Cisjordânia

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