"Até agora, 32 pessoas perderam a vida. Quarenta e dois [feridos] foram trazidos de Gwoza", disse Shettima durante uma visita a um hospital em Maiduguri, a capital do Estado de Borno, onde alguns dos feridos estão a ser tratados.
Um relatório anterior dos serviços de emergência locais apontava para 18 mortos.
Os ataques de sábado não foram até agora reivindicados por qualquer grupo. Mas o método é semelhante a outros levados a cabo pelo movimento extremista islâmico Boko Haram, muito ancorado nesta região da Nigéria que faz fronteira com os Camarões.
Um ataque suicida matou inicialmente seis pessoas num casamento, disse a polícia.
Um bombista suicida, carregando um bebé às costas, detonou explosivos entre os convidados que festejavam logo após terem comparecido a um casamento na cidade de Gwoza, disse à agência de notícias France-Presse o porta-voz da polícia Nahum Kenneth Daso.
"Por volta das 15:00, ocorreu a primeira explosão de uma bomba em Gwoza, desencadeada por uma bombista suicida no meio de um casamento", disse o chefe dos serviços de emergência locais, Barkindo Saidu, que se encontrava em Gwoza durante os ataques.
Enquanto as orações fúnebres pelas vítimas do atentado bombista no casamento continuavam, uma mulher "entrou a correr e detonou outro dispositivo que causou inúmeras vítimas", referiu Saidu.
Poucos minutos depois, ocorreu uma explosão "de outro dispositivo por uma adolescente" em redor do hospital geral da cidade de Gwoza, acrescentou o chefe dos serviços de emergência locais.
Um membro da milícia que ajuda o exército na cidade e que confirmou os múltiplos ataques suicidas disse que dois milicianos e um soldado também foram mortos num outro ataque suicida contra um posto de segurança, num relato que não foi ainda confirmado por uma fonte oficial.
O Boko Haram tomou Gwoza em 2014 e declarou-a capital do seu califado, depois de ter tomado parte do estado de Borno.
A cidade foi recuperada pelo exército da Nigéria, com a ajuda de forças do Chade, em 2015, mas o grupo fundamentalista islâmico continua a lançar ataques a partir das montanhas com vista para a cidade, na fronteira com os Camarões.
A violência do Boko Haram, que dura há 15 anos, fez mais de 40 mil mortos e desalojou cerca de dois milhões no nordeste da Nigéria.
O conflito alastrou aos vizinhos Níger, Camarões e Chade, dando origem à criação de uma coligação militar regional para combater os islamistas, a Força Conjunta Multinacional, composta pelos exércitos dos quatro países.
Embora o Boko Haram tenha perdido terreno nos últimos anos, os combatentes do grupo continuam a atacar regularmente as comunidades rurais na Nigéria.
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