Ativistas russos anti-guerra detidos e condenados na Rússia

Várias pessoas foram condenadas ou detidas hoje na Rússia, por diversos atos de oposição à ofensiva na Ucrânia, um sinal da repressão que continua no país e que colocou centenas de russos atrás das grades.

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Lusa
02/07/2024 20:53 ‧ 02/07/2024 por Lusa

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Ucrâni

Um residente de Volgogrado, a antiga Estalinegrado, no sul do país, foi condenado a 12 anos de prisão por "traição", noticiaram as agências noticiosas russas.

O jovem de 19 anos, que foi detido no aeroporto quando se preparava para voar para a Turquia, foi acusado de ter transferido fundos em 2023 para uma organização que recolhia dinheiro para comprar drones e outros equipamentos para o exército ucraniano.

O documentarista Vsevolod Koroliov, condenado em março a três anos de prisão por ter publicado nas redes sociais mensagens que denunciavam os massacres atribuídos ao exército russo na Ucrânia, viu a sua pena aumentada para sete anos após recurso, noticiou o 'site' Mediazona, especializado em processos judiciais.

Ativista que participou em manifestações de apoio ao líder da oposição Alexei Navalny, que morreu na prisão em fevereiro, Koroliov foi acusado de divulgar "informações falsas" sobre o exército russo.

O publicitário exilado, antigo deputado e ex-jornalista da televisão russa Alexander Nevzorov e a sua mulher, Lidia, que já tinham sido processados por divulgarem "informações falsas" sobre o exército, foram declarados "associação extremista" por um tribunal, que também ordenou o confisco dos seus bens, segundo a agência noticiosa russa TASS.

Um homem foi detido por ter feito uma tatuagem com um slogan hostil ao Exército Popular Russo na Ucrânia. É acusado de "desacreditar" as forças armadas e de 'hooliganismo', segundo as agências noticiosas russas.

Stepan Zimine, que já tinha sido condenado a uma pena de prisão por ter participado em grandes manifestações contra Vladimir Putin em 2012, tatuou na parte de trás do pescoço as palavras "Navio de guerra russo, vai-te lixar!", em referência à célebre resposta dos guardas costeiros ucranianos ao cruzador russo "Moskva", que os intimou a renderem-se.

O "Moskva", o navio-almirante da frota russa do Mar Negro, cujo nome é uma homenagem à capital russa, foi posteriormente afundado por mísseis ucranianos.

O Ministério do Interior russo publicou um vídeo que mostra Stepan Zimine a pedir desculpa perante as câmaras e a prometer a remoção da tatuagem, tendo o homem ficado sujeito a detenção administrativa.

Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, qualquer forma de dissidência tem sido severamente reprimida pelas autoridades. De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Memorial, existem atualmente 763 presos políticos no país.

Leia Também: Orbán em Kyiv pela 1.ª vez desde invasão (e vai estar com Zelensky)

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