"Vamos apertar a mão da amizade a todos. Todos pertencem a este país. Temos de usar toda a gente para o progresso do país. São nossos irmãos", declarou o político reformista à televisão estatal, na primeira declaração depois de conhecida a vitória.
"Não tinha partido nem apoio. Estas pessoas vieram com amor e ajudaram, e eu agradeço", acrescentou, referindo-se aos apoiantes.
O deputado não fez qualquer referência à política internacional nestas primeiras declarações, depois de ter prometido uma aproximação ao Ocidente e de ter tentado reavivar o pacto nuclear de 2015 durante a campanha eleitoral.
O cirurgião cardíaco e antigo ministro da Saúde, de 69 anos, venceu a segunda volta das presidenciais com 53,6% dos votos contra o ultraconservador Said Jalili com 44,3%, numa eleição que teve uma participação de 49,9% com 30.573.931 boletins de voto, indicou a Comissão Eleitoral iraniana.
Pouco conhecido no Irão no início da campanha, Pezeshkian ganhou popularidade com uma mensagem de moderação, aproximação ao Ocidente e críticas ao véu, sucedendo agora ao ultraconservador Ebrahim Raisi, que morreu num acidente de helicóptero em maio.
Conseguiu reunir o voto do descontentamento com as políticas de Raisi, sob cujo governo aumentou a repressão social e política, enquanto na campanha alimentou o medo de Jalili, um ultraconservador com reputação "de intransigência".
Pezeshkian tornar-se-á no nono presidente da história da República Islâmica do Irão, o terceiro reformista no cargo, um grupo político que procura uma certa abertura do país, e o primeiro moderado a presidir desde 2021, quando Raisi venceu.
A chegada à presidência ocorre numa altura em que as tensões regionais aumentam devido à guerra em Gaza, mas também no interior do país devido a políticas como a imposição do véu e a falta de liberdades.
O Presidente do Irão tem poderes limitados: é responsável por implementar, à frente do governo, as grandes orientações políticas definidas pelo líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, que é o chefe de Estado.
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