"Esta será uma cimeira histórica", garantiu o político norueguês à imprensa à chegada ao centro de convenções da capital norte-americana, onde se reúne hoje o Conselho do Atlântico Norte, principal organismo de decisão política dos aliados da NATO.
Além de celebrar o 75.º aniversário da NATO, Stoltenberg afirmou que serão tomarão "decisões importantes para o futuro", com mais apoio à Ucrânia e relações mais estreitas com os parceiros do Pacífico.
Stoltenberg espera que os líderes cheguem a acordo sobre uma "ponte sólida para a entrada da Ucrânia na Aliança" através de um novo pacote de apoio baseado em cinco pontos fundamentais.
Em primeiro lugar, a NATO coordenará a ajuda militar internacional à Ucrânia e os esforços para treinar as suas tropas.
Espera-se também que os aliados concordem com um compromisso de longo prazo de financiamento de armamento para a Ucrânia, de cerca de 40 mil milhões de euros anuais, e façam novos anúncios de apoio militar imediato, incluindo defesa aérea.
Na terça-feira, os Estados Unidos, a Alemanha e a Roménia comprometeram-se em enviar três baterias Patriot adicionais para a Ucrânia, enquanto os Países Baixos e outros parceiros doarão componentes Patriot para permitir o funcionamento de outra bateria antiaérea e a Itália doará um sistema SAMP-T.
Finalmente, no que diz respeito à Ucrânia, os aliados darão luz verde a novos acordos bilaterais de segurança com Kiev e continuarão a avançar para garantir a plena interoperabilidade entre as forças ucranianas e da NATO, incluindo um novo centro de treino na Polónia.
Stoltenberg confia que os líderes aliados reiterem na declaração da cimeira o compromisso de a Ucrânia se tornar membro da NATO no futuro.
No que diz respeito à dissuasão e defesa, disse que a Aliança já colocou 500 mil soldados em disponibilidade muito elevada e que terá um novo local de defesa balística na Polónia como parte do sistema aéreo integrado da NATO.
O secretário-geral destacou também os avanços nos gastos militares dos aliados, sendo que até 23 deles já investem 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na defesa, o que na sua opinião indica que "os aliados levam a segurança muito a sério".
Por último, na quinta-feira haverá uma reunião com os parceiros do Pacífico (Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Japão) para reforçar as suas relações.
"A guerra na Ucrânia mostra como a nossa segurança está interligada, porque o Irão, a Coreia do Norte e a China são os principais facilitadores da guerra da Rússia contra a Ucrânia", concluiu.
A cimeira na capital norte-americana assinalará os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em inglês), na mesma cidade onde, em 1949, doze países -- incluindo Portugal - assinaram este tratado para assegurar a sua defesa coletiva.
Portugal está representado na cimeira da NATO, que se realiza até quinta-feira em Washington, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.
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