As declarações de Netanyahu foram feitas depois de ter sido noticiado que Israel poderia retirar-se da zona se houvesse um acordo de cessar-fogo.
"O primeiro-ministro insiste que Israel permanecerá no 'Corredor de Filadélfia'. Estas foram as suas instruções para as equipas de negociação, e ele comunicou-as aos representantes dos Estados Unidos esta semana e ao governo ontem [quinta-feira] à noite", disse o gabinete de Netanyahu num comunicado.
Segundo a agência noticiosa espanhola EFE, Netanyahu respondia a uma notícia publicada hoje pela Reuters, segundo a qual os negociadores israelitas e egípcios estariam a negociar um sistema de monitorização eletrónica que permitiria às tropas israelitas abandonar a fronteira no caso de um acordo de cessar-fogo com o Hamas.
Quinta-feira, Netanyahu frisou que Israel exige manter o controlo da zona de Gaza que faz fronteira com Egito, a fim de evitar o "contrabando de armas" do território egípcio para o Hamas.
A exigência de preservar o "Corredor de Filadélfia e o ponto de passagem de Rafah" é uma das quatro condições colocadas por Israel como parte das negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza, explicou Netanyahu, enquanto o Hamas exige a saída do Exército israelita desta área.
O 'Corredor de Filadélfia' é uma estreita zona tampão traçada pelo Exército israelita durante a sua segunda ocupação da Faixa de Gaza (1967-2005), hoje com pelo menos cem metros de largura e que se estende ao longo da fronteira de 14 quilómetros entre Gaza e o Egito.
Crucial para o fornecimento de ajuda humanitária, o ponto de passagem de Rafah é a única rota entre a Faixa de Gaza e um território que não seja Israel, que está encerrada desde que as tropas israelitas lançaram uma ofensiva terrestre contra esta cidade, no início de maio.
A guerra eclodiu a 07 de outubro, após o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis.
Das 251 pessoas raptadas, 116 ainda são reféns em Gaza, 42 das quais foram declaradas mortas pelo exército.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas e a sua ofensiva militar, que devastou a Faixa de Gaza, provocou até agora 38.345 mortos, a maioria civis.
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