Ri Il-kyu estava encarregado dos assuntos políticos na embaixada de Pyongyang em Cuba desde 2019 e tinha como missão "obstruir o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Coreia do Sul e Cuba", de acordo com o diário.
Ri desertou para a Coreia do Sul com a mulher e os filhos no início de novembro, sendo o diplomata norte-coreano de mais alto nível conhecido a desertar para o Sul desde que Thae Yong-ho, vice-embaixador de Pyongyang em Londres, fugiu em 2016, acrescentou.
Os Ministérios da Unificação e dos Negócios Estrangeiros sul-coreanos disseram não poder confirmar a deserção.
O Ministério da Unificação já comunicou um número crescente de deserções por parte de membros da classe dirigente norte-coreana, ou cerca de dez das 196 deserções registadas no ano passado, o número mais elevado dos últimos anos.
Cerca de três meses depois do anúncio da deserção de Ri, a Coreia do Sul e Cuba, país comunista e um dos mais antigos aliados de Pyongyang, anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas.
Em entrevista ao Chosun Daily, Ri disse ter decidiu desertar depois de Pyongyang ter rejeitado o pedido para tratamento médico no México devido a um ferimento, embora não tenha podido receber o tratamento necessário em Cuba devido à falta de equipamento especializado.
O jovem também alegou ter sido objeto de relatórios de avaliação injustos, depois de ter rejeitado um pedido de suborno de um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.
"Todos os norte-coreanos pensam, pelo menos uma vez, em viver na Coreia do Sul", afirmou ao Chosun Daily.
"A desilusão com o regime norte-coreano e um futuro sombrio levaram-me a considerar a possibilidade de desertar", considerou.
O antigo diplomata indicou ainda que o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano Ri Yong-ho e a família tinham sido enviados para um campo de presos políticos, em dezembro de 2019, por "suspeita de corrupção", no âmbito de um caso de suborno envolvendo a embaixada da Coreia do Norte em Pequim.
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