O porto temporário instalado pelos Estados Unidos na Faixa de Gaza vai ser desmantelado, após vários problemas de segurança e o mau tempo terem dificultado o seu funcionamento.
Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), estes problemas limitaram a quantidade de ajuda humanitária que foi possível fazer entrar no território através desta estrutura.
Os críticos do porto temporário consideram que foi um desperdício de 230 milhões de dólares (cerca de 210 milhões de euros), já que não terá conseguido levar ao nível de ajuda necessário para colmatar os casos de fome em Gaza, segundo a AP.
Os militares norte-americanos, por outro lado, sustentam que a estrutura foi fulcral, permitindo a entrada de perto de nove milhões de quilos de ajuda humanitária necessária.
"Fiquei desapontado que algumas das coisas que apresentei não tenham tido sucesso. Tinha esperança que fosse mais bem-sucedido", disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o fim do funcionamento da estrutura.
O cais funcionou durante menos de 25 dias, após a sua instalação, em 16 de maio, e as agências humanitárias utilizaram-no apenas cerca de metade desse tempo devido a questões de segurança.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou, na terça-feira, que será estabelecido um novo porto semelhante, em Ashdod, para entregar ajuda à Faixa de Gaza. Não avançou, porém, estimativas para que comece a funcionar.
O cais montado pelos norte-americanos foi planeado como uma solução temporária para levar ajuda aos palestinianos, tendo sido um projeto criticado desde o início por grupos de ajuda, que o consideraram uma perda de tempo e de dinheiro.
Embora as autoridades de defesa dos Estados Unidos reconhecessem que o tempo estava pior e limitassem os dias em que o cais poderia operar, manifestaram a sua frustração com os grupos humanitários por serem incapazes de distribuir a ajuda que passou pelo sistema.
No entanto, um elemento crítico que nem os grupos de ajuda nem os militares norte-americanos conseguiram controlar foram as forças de defesa israelitas, cuja operação militar em Gaza colocou os trabalhadores humanitários em perigo persistente e, em vários casos, custou-lhes a vida.
[Notícia atualizada às 23h50]
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