"A pressão militar que exercem aqui mesmo ajuda-nos a mantermo-nos firmes nas nossas justas reivindicações, a promover o acordo sobre os reféns, incluindo a nossa exigência de libertar um número máximo de reféns na primeira fase do pacto", afirmou Benjamin Netanyahu, citado num comunicado divulgado pelo seu gabinete.
É a primeira vez que Netanyahu visita as tropas em Rafah, a ponta sul do pequeno enclave palestiniano que faz fronteira com o Egito, onde o exército israelita lançou uma incursão terrestre em maio, quando a cidade acolhia 1,4 milhões de pessoas deslocadas.
Durante a visita, Netanyahu recebeu uma "atualização completa" das atividades militares da 162.ª Divisão em Rafah, tanto à superfície como no desmantelamento dos túneis subterrâneos do grupo islamita palestiniano Hamas, muitos deles no chamado Corredor de Filadélfia, a linha de fronteira com o Egito, utilizados para o contrabando de armas.
"A minha posição saiu reforçada pois a vossa ação aqui, acima e abaixo do solo, é essencial para a segurança de Israel, e que a nossa posse e controlo do Corredor de Filadélfia e da passagem de Rafah são essenciais para a continuação da guerra", disse o primeiro-ministro aos militares.
Precisamente o controlo do Corredor de Filadélfia -- nas mãos de Israel há cerca de um mês -- e a passagem de Rafah, que tomou do lado palestiniano em maio, são dois pontos controversos nas negociações do cessar-fogo e um dos aspetos que estão a ser negociados diretamente com o Egito.
É a terceira vez que Netanyahu visita a Faixa de Gaza desde o início da guerra, depois de ter entrado no norte do enclave em novembro e dezembro últimos, quando prometeu "manter a guerra até ao fim, até à destruição do Hamas".
O primeiro-ministro israelita foi a Rafah poucos dias antes de viajar para os Estados Unidos, onde deverá discursar no dia 22 de julho numa sessão conjunta das duas câmaras do Congresso norte-americano, num momento em que as famílias dos reféns israelitas mantidos em cativeiro pelo Hamas exigem que Netanyahu assine um acordo para a libertação dos sequestrados antes da partida para Washington.
Dos cerca de 250 reféns raptados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023, 116 permanecem na Faixa de Gaza, embora 42 deles estejam confirmados como mortos pelo exército israelita.
Em novembro passado, no quadro de uma breve trégua, 109 reféns foram libertados em troca da entrega de 240 prisioneiros palestinianos.
O exército israelita, em diferentes operações militares, conseguiu resgatar sete reféns.
A guerra desencadeada pelo ataque surpresa do Hamas de 07 de outubro provocou também a morte de cerca de 1.200 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis.
A campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza causou mais de 38.800 mortos, a maioria deles civis, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave, tutelado pelo Hamas.
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