Trump descreve ataque ao pormenor: "Sangue a jorrar por todo o lado"

O ex-presidente norte-americano Donald Trump descreveu ao pormenor, perante uma multidão emocionada, a tentativa de assassínio de que foi alvo no sábado, prestando também homenagem ao antigo bombeiro morto no ataque.

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Lusa
19/07/2024 06:24 ‧ 19/07/2024 por Lusa

Mundo

EUA

Logo após aceitar formalmente a nomeação como candidato presidencial do Partido Republicano, na noite de quinta-feira, Donald Trump dirigiu-se aos milhares de apoiantes que o receberam como um herói na Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, para descrever o que sentiu no ataque de sábado, mas sublinhou que nunca mais contará esta história por ser "muito dolorosa".

 

No relato, cinco dias após o ataque, Trump começou por descrever aquele que era "um lindo e quente dia" em que "todos estavam felizes".

"Ouvi um som alto de zumbido e senti algo a atingir-me, muito, muito forte, na minha orelha direita. Eu disse a mim mesmo: 'Uau, o que foi isso? Só pode ser uma bala'", contou, perante uma multidão que ficou silêncio para o ouvir.

"Havia sangue a jorrar por todo o lado mas, de certa forma, eu senti-me muito seguro porque tinha Deus do meu lado", afirmou o magnata, com imagens do momento do ataque a serem projetadas atrás de si, no palco.

Várias pessoas choravam ao ouvir o relato do ex-presidente, que ficou ferido numa orelha após ser alvejado por um jovem de 20 anos, abatido pelas forças de segurança norte-americanas.

"Não era suposto eu estar aqui esta noite", refletiu, com os apoiantes a gritarem: "Sim, está!".

Trump pediu à plateia que fizesse um momento de silêncio para Corey Comperatore, o antigo bombeiro voluntário que assistia ao comício do ex-presidente e que acabou por morrer depois de ser baleado pelo atirador.

O fato e o capacete do bombeiro assassinado foram colocados no palco enquanto Trump falava. Durante o minuto de silêncio, o magnata caminhou até ao uniforme e beijou o capacete da vítima mortal do ataque de sábado.

No discurso, o ex-presidente mostrou o mesmo gráfico de imigração para o qual tentava olhar quando foi baleado durante o comício no sábado.

Conhecido pela retórica incendiária, o político, de 78 anos, começou num tom suave e profundamente pessoal e evoluiu para um tom mais agressivo, recorrendo recorreu a pelo menos 22 falsas alegações, de acordo com um levantamento feito pela estação de televisão CNN logo após o fim do evento.

Com duras críticas ao Governo de Joe Biden, o ex-presidente, que concorre pela terceira vez à Presidência norte-americana, apresentou as promessas para um segundo mandato, incluindo a redução do custo de alimentos e gasolina, o retorno de empregos e a segurança da fronteira.

Trump advogou ter "promessas ousadas que serão implementadas rapidamente".

Para reduzir os preços, disse que os republicanos iam cortar os custos da energia, o que "por sua vez reduzirá o custo do transporte, da manufatura e de todos os bens domésticos".

O candidato republicano disse que também traria de volta empregos na indústria automobilística através de impostos, tarifas e, especificamente, não permitindo que fábricas de automóveis fossem construídas em países como México e China. 

"Com uma liderança adequada, todos os desastres que estamos a enfrentar agora serão corrigidos e serão corrigidos muito, muito rapidamente", garantiu.

Apesar das promessas de um discurso de unidade, Trump desviou-se para ataques e insultos a democratas, como à ex-líder da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, que apelidou de "louca".

A promessa de "tornar a América grande outra vez" concluiu um discurso de cerca de hora e meia e uma enorme manifestação de apoio a Trump, demonstrada ao longo de quatro dias de Convenção, que atraiu milhares de eleitores conservadores, celebridades e políticos influentes do Partido Republicano.

Leia Também: Trump aceita nomeação republicana para ultrapassar "discórdia e divisão"

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