Lin Chia-lung lembrou ainda, em conferência de imprensa, que as despesas militares da ilha "quase duplicaram" nos últimos oito anos, coincidindo com a chegada ao poder do Partido Democrático Progressista (DPP), em 2016.
"Em termos de segurança nacional, temos de confiar na nossa própria defesa. É algo que compreendemos", disse Lin, na primeira conferência de imprensa com órgãos internacionais desde que assumiu o cargo, em 20 de maio.
O ministro reagiu assim às recentes declarações do candidato presidencial norte-americano Donald Trump que acusou Taiwan de "se ter apoderado de cerca de 100%" da indústria de semicondutores dos Estados Unidos e insinuou que o governo de Taipé devia pagar a Washington pela defesa contra as crescentes ameaças militares da China.
Lin reconheceu que o Executivo taiwanês "prestou atenção" às palavras de Trump, mas optou por não as refutar diretamente, sublinhando que as relações entre Taipé e Washington têm uma "base sólida" e a ilha tem "o apoio" do Partido Republicano e do Democrata.
"Não vamos mudar. A nossa política será coerente e as nossas relações vão continuar a melhorar", disse o responsável taiwanês, acrescentando que existe "um consenso" nos Estados Unidos de que "a China é a ameaça", "independentemente" do presidente que for eleito em novembro.
"Assumiremos a nossa própria responsabilidade para nos defendermos", disse Lin sobre as despesas com a defesa, que atualmente representam 2,5% do produto interno bruto (PIB) de Taiwan e são utilizadas tanto para comprar armas dos EUA, como para melhorar as capacidades de defesa da ilha.
As tensões entre Taiwan e a China aumentaram após a tomada de posse de William Lai como novo líder de Taiwan, em 20 de maio. Pequim considera Lai um "separatista perigoso".
Desde então, o Ministério da Defesa de Taiwan detetou um total de 1.087 aviões militares chineses a operar em torno da ilha, 800 dos quais atravessaram a fronteira de Taiwan ou violaram a autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.
O líder da ilha propôs várias vezes o diálogo com o Governo chinês, com base de a República Popular da China e a República da China (nome oficial de Taiwan) "não estarem subordinadas uma à outra".
Esta abordagem foi rejeitada categoricamente por Pequim, que considera a ilha parte do seu território.
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