Numa declaração hoje ao parlamento, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, disse que o Governo vai desbloquear 21 milhões de libras (25 milhões de euros) para apoiar a UNRWA para providenciar assistência alimentar, abrigos e outro tipo de apoio em Gaza e a Cisjordânia.
"A UNRWA é absolutamente fundamental (...). Nenhuma outra agência consegue fazer chegar a ajuda a Gaza à escala necessária", afirmou o ministro.
Um inquérito externo conduzido pela antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, para examinar o trabalho da agência concluiu, em abril passado, que havia "margem para melhorias" em questões como a neutralidade e a transparência.
Entretanto, Lammy considera que a UNRWA tomou medidas e "está a garantir que cumpre os mais elevados padrões de neutralidade e a reforçar os seus procedimentos, nomeadamente em matéria de verificação de trabalhadores".
Outros países como o Japão, Suécia, França, Alemanha, União Europeia (UE) e a Noruega também retomaram o financiamento à organização, suspenso após alegações de Israel de que 12 funcionários estariam envolvidos no ataque de 07 de outubro contra Israel.
Mas os Estados Unidos continuam a reter os pagamentos, tendo o Congresso norte-americano aprovado em março uma lei que mantém esta suspensão até 2025.
A UNRWA é a principal organização humanitária na Faixa de Gaza, distribuindo bens alimentares a 1,15 milhões de pessoas que enfrentam fome.
Cerca de 200 funcionários já morreram após a incursão militar israelita em outubro no ano passado, em retaliação contra os ataques do Hamas.
O chefe da diplomacia britânica adiantou ter informado o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, sobre a decisão e reiterou o apelo a "um cessar-fogo imediato".
"Os combates têm de parar. Os reféns têm de ser libertados. Muito, muito mais ajuda tem de entrar em Gaza. Este horror tem de acabar, já", afirmou.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 38.800 mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do pequeno enclave palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.
BM // APN
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