Na rede social X (antigo Twitter), o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, "condenou veementemente" a sentença proferida pela justiça russa.
"A Rússia utiliza o sistema judicial para punir o jornalismo", acrescentou o chefe da diplomacia europeia, exigindo a libertação de "todos os prisioneiros políticos".
Também a recém-reeleita presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse que a prisão do jornalista norte-americano é "a antítese de justiça".
"O jornalismo não é crime. Evan tem de ser libertado imediatamente", frisou.
A justiça russa condenou hoje a 16 anos de prisão o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, acusado de espionagem por alegadamente ter acedido a informação secreta sobre a indústria militar do país.
Nascido nos Estados Unidos e filho de imigrantes da antiga União Soviética, o jornalista de 32 anos do The Wall Street Journal, detido em março de 2023 em Ecaterimburgo, a capital dos Urais, é o primeiro jornalista ocidental detido e condenado sob a acusação de espionagem na Rússia pós-soviética.
O Ministério Público russo tinha pedido uma pena de 18 anos de prisão "numa colónia penal de segurança máxima".
No julgamento, que decorreu à porta fechada, as autoridades russas alegaram, sem apresentar quaisquer provas, que Gershkovich estava a "recolher informações secretas" para a agência de espionagem norte-americana CIA.
Em concreto, foi acusado de obter informações sobre a Uralvagonzavod, uma fábrica situada 150 quilómetros a norte de Ecaterimburgo que produz e repara tanques e outro equipamento militar.
As acusações foram rejeitadas pelo próprio jornalista, pelos seus mais próximos e pelo Governo dos Estados Unidos.
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