O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, referiu-se ao antigo presidente norte-americano, Donald Trump, como um "amigo", esta sexta-feira, tendo adiantado que escreverá uma carta ao ex-homólogo para o dissuadir da ideia de fechar a fronteira entre os países ou de culpar os migrantes por levar estupefacientes para os Estados Unidos.
"Vou provar-lhe que os migrantes não transportam drogas para os Estados Unidos [e que] fechar a fronteira não vai resolver nada e, de qualquer forma, não pode ser feito", disse o chefe de Estado, citado pela NBC.
O responsável foi mais longe, tendo adiantado que os construtores e fabricantes de automóveis norte-americanos "não durariam um mês com a fronteira fechada", uma vez que dependem de um fornecimento ininterrupto de peças e produtos para as suas fábricas em ambos os lados da fronteira.
Obrador salientou também que Trump "é um homem inteligente e com visão", apesar das reiteradas afirmações do magnata quanto à sua intenção de fechar a fronteira com o México.
Saliente-se que o presidente cessante do México será substituído por Claudia Sheinbaum, que tomará posse a 1 de outubro.
Trump lidera as sondagens para as presidenciais, num momento em que aumenta pressão dos líderes democratas para que o atual presidente, Joe Biden, reavalie sua candidatura.
Ainda assim, Biden afirmou numa entrevista à BET News, publicada na quarta-feira, que reconsideraria a sua decisão de continuar a campanha para as eleições de novembro se um médico lhe diagnosticasse um problema de saúde grave.
Esta foi a primeira vez que Biden deixou a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão que tem enfrentado dentro do partido para o fazer, à qual até agora tem respondido de forma desafiadora.
São já mais de 20 os legisladores democratas, a maioria deles representantes da câmara baixa do Congresso (Câmara dos Representantes), que solicitaram publicamente que o presidente abandonasse a corrida eleitoral, devido à sua capacidade física e mental, e desse oportunidade a outro candidato.
Apesar dos apelos, a diretora da campanha presidencial de Biden garantiu hoje que o chefe de Estado permanece "em absoluto" na corrida à Casa Branca.
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