"É uma honra para nós juntarmo-nos ao Presidente [Joe Biden] na recomendação da vice-presidente Kamala Harris [como candidata democrata] e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiá-la", afirma o casal Clinton em comunicado.
"Assistimos a muitos altos e baixos, mas nada nos deixou mais preocupados em relação ao nosso país do que a possibilidade de um segundo mandato [de Donald] Trump", o candidato republicano, adiantam os Clinton. Bill Clinton torna-se assim o primeiro ex-presidente democrata a apoiar Harris na corrida à Casa Branca.
Trump "prometeu ser um ditador desde o primeiro dia, e a recente decisão do seu servil Supremo Tribunal só o vai encorajar a destruir ainda mais a Constituição", pelo que "agora é altura de apoiar Kamala Harris e lutar com tudo o que temos para a eleger", escrevem Bill e Hillary Clinton.
Biden "encerrou a sua extraordinária carreira de serviço com uma Presidência que tirou os Estados Unidos de uma situação sem precedentes, criou milhões de novos postos de trabalho, reconstruiu uma economia abalada, reforçou a nossa democracia e restaurou a nossa posição no mundo", refere o casal, num elogio ao antigo vice-presidente de Barack Obama.
O atual Presidente procurou "construir uma união mais perfeita e o seu próprio objetivo declarado de restaurar a alma da nossa nação", acrescentam ainda.
Joe Biden anunciou hoje que abdica da sua campanha de reeleição e que apoia Kamala Harris como possível sucessora depois de semanas de pressão interna para desistir da corrida.
"Acredito que é do interesse do meu partido e do país que me afaste e me concentre apenas em servir como Presidente durante o resto do meu mandato", disse o político democrata numa declaração pública.
O líder da Casa Branca, de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num discurso à nação.
O líder dos Estados Unidos disse ter tido "a maior honra" da sua vida nas funções que ocupou durante quase quatro anos e que era sua intenção recandidatar-se.
No entanto, Biden cedeu às pressões no seu próprio partido após o seu mau desempenho no primeiro debate televisivo, em junho passado, da corrida à Casa Branca contra Donald Trump.
Ao longo do debate, Biden pareceu várias vezes ausente e somou erros e hesitações no discurso, levando ao aumento de dúvidas sobre a sua aptidão para um segundo mandato e a que o seu adversário voltasse a descolar nas sondagens.
Pouco depois de ter anunciado a sua desistência, o Presidente norte-americano declarou "apoio total e recomendação" à sua vice-Presidente, Kamala Harris, como candidata do Partido Democrata.
"A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-Presidente. E tem sido a melhor decisão que tomei. Hoje quero dar o meu total apoio e recomendação a Kamala para ser a candidata do nosso partido este ano", lê-se numa mensagem de Biden publicada nas redes sociais.
Trump mantém uma vantagem de três pontos percentuais sobre Joe Biden, a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, segundo uma compilação das últimas sondagens hoje divulgada.
[Notícia atualizada às 20h53]
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