É uma "necessidade de mostrar que os trabalhadores [de saúde] não estão satisfeitos, principalmente no que tange ao enquadramento na tabela remuneratória", disse, em conferência de imprensa no Mindelo, São Vicente, o representante dos sindicatos, Luís Lima.
A greve arranca às 8 horas (10 horas em Lisboa) de 31 de julho e termina às 8 horas de 3 de agosto, afetando todos os departamentos e serviços de saúde nas nove ilhas de habitadas de Cabo Verde e abrange todas as classes profissionais que exercem funções nas respetivas estruturas de saúde.
O sindicalista avançou que o pré-aviso foi entregue na Direção Geral do Trabalho e no Ministério da Saúde na sexta-feira e que na segunda-feira realizaram um encontro com o Governo, mas não saíram convencidos.
"Ficaram de entregar alguns documentos até quinta-feira, mas, mesmo assim, nós mantemos o pré-aviso de greve", garantiu o secretário nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Sintap) cabo-verdiana.
Em 14 de novembro, os profissionais de saúde suspenderam um pré-aviso de greve no setor, após chegar a um acordo com o Ministério da Saúde, sobre várias pendências, que persistem até hoje.
Entre as reivindicações dos profissionais de saúde estão a aprovação e implementação dos respetivos PCFR (Plano de Carreiras, Funções e Remunerações) das carreiras médicas, de enfermagem e do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), com afeito a janeiro de 2024.
Os profissionais de saúde cabo-verdianos querem ainda negociar o nível de enquadramento das carreiras nos grupos de enquadramento funcional, recrutamento de médicos recém-formados em regime de continuidade de formação para os integrar em serviços específicos.
Luís Lima avançou ainda que querem um ajuste salarial dos profissionais dos hospitais centrais, que não foram contemplados em 2022, 2023 e 2024, bem como concluir o enquadramento dos médicos especialistas e pagamentos dos retroativos a contar de fevereiro de 2021.
O sindicato quer a conclusão do enquadramento dos enfermeiros com licenciatura e a publicação dos vencedores do concurso de técnicos de análises clínicas.
Em Cabo Verde, existem cerca de 4.000 profissionais de saúde, filiados em sete sindicatos.
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