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Biden passa "tocha" na Casa Branca, Netanyahu apela à união no Capitólio

No mesmo dia em que o primeiro-ministro israelita discursou diante do Congresso, Biden assegurou que, nos próximos seis meses, continuará "focado em fazer o [seu] trabalho como presidente", o que inclui "acabar com a guerra em Gaza".

Biden passa "tocha" na Casa Branca, Netanyahu apela à união no Capitólio
Notícias ao Minuto

08:35 - 25/07/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Diplomacia

Pela primeira vez desde que anunciou que, afinal, se retiraria da corrida à reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dirigiu-se à nação, na quarta-feira. Num discurso que rondou os 11 minutos, o chefe de Estado afirmou que a "ambição pessoal" não pode sobrepor-se a "salvar a democracia" do país, razão pela qual considerou estar na hora de “passar a tocha a uma nova geração”. Prometeu, contudo, continuar a trabalhar "para acabar com a guerra em Gaza" nos seis meses que lhe restam na Casa Branca. Já no Capitólio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lembrou que também as vidas de norte-americanos foram 'roubadas', tendo apelado à união “para que as forças da civilização triunfem”.

 

“Venero este cargo, mas amo mais o meu país”, começou por explicar Biden, a partir da Sala Oval.

Rodeado por fotografias da família, o responsável considerou que “a melhor forma de seguir em frente é passar a tocha a uma nova geração”, personalizada na sua vice-presidente, Kamala Harris, que “tem experiência, é rija e capaz”.

A história está nas vossas mãos. O poder está nas vossas mãos. A ideia da América está nas vossas mãos. Temos de manter a fé e lembrarmo-nos de quem somos”, disse.

De qualquer modo, Biden assegurou que, nos próximos seis meses, continuará “focado em fazer o [seu] trabalho como presidente”, o que inclui “acabar com a guerra em Gaza" e “impedir" o homólogo russo, Vladimir Putin, "de tomar conta da Ucrânia".

"Vou continuar a trabalhar para acabar com a guerra em Gaza, trazer para casa todos os reféns e trazer paz e segurança ao Médio Oriente e acabar com esta guerra", afirmou.

No mesmo dia, Netanyahu equacionou que, “para que as forças da civilização triunfem, os Estados Unidos e Israel têm de se manter unidos”.

"Quando nos unimos, algo muito simples acontece: nós ganhamos, eles perdem", disse, diante do Congresso norte-americano.

O responsável comparou também os atentados terroristas que assolaram os Estados Unidos em 2001 com o ataque de 7 de outubro, tendo equacionado que, proporcionalmente, “foi como vinte 11 de Setembro num dia”.

"Agradeço a Biden o apoio a Israel. […] Conhecemo-nos há 40 anos. Quero agradecer-lhe por quase meio século de amizade e por ser, como ele diz, um sionista. Aliás, ele diz, um irlandês-americano sionista", complementou.

"Nem houve qualquer menção aos 116 reféns"

Face aos protestos que brotaram junto ao Capitólio, Netanyahu classificou os manifestantes pró-palestinianos como "idiotas úteis do Irão".

"Tenho uma mensagem para estes manifestantes: quando os tiranos de Teerão, que penduram 'gays' em gruas e assassinam mulheres que não cobrem o cabelo, aplaudem-vos e financiam-vos, então vocês tornam-se oficialmente os idiotas úteis do Irão", criticou.

Cerca de 200 pessoas foram detidas por terem protestado no interior do edifício, segundo disse a polícia do Capitólio, na rede social X (Twitter).

As autoridades atiraram gás lacrimogéneo à multidão no exterior, que “se tornou violenta” e não obedeceu às ordens para que se afastasse da barreira criada pela polícia.

Dezenas de congressistas e senadores norte-americanos estiveram ausentes durante o discurso. Não foi o caso de Rashida Tlaib, a primeira palestino-americana a servir no Congresso, que segurou uma placa em que se lia "criminoso de guerra" de um lado e "culpado de um genocídio".

Também o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos lamentou o discurso do primeiro-ministro israelita pela ausência de uma referência a um acordo imediato para libertar as pessoas detidas pelo grupo palestiniano Hamas.

"Quarenta e cinco minutos de discurso e aplausos não apagarão um facto triste: as palavras 'Acordo agora!' não estiveram presentes no discurso do primeiro-ministro. Nem houve qualquer menção aos 116 reféns que, mais uma vez, não regressarão a casa esta noite", afirmou o grupo, em comunicado.

Esta quinta-feira, Biden vai reunir-se com o primeiro-ministro israelita, que se encontra de visita aos Estados Unidos.

Leia Também: EUA garantem que acordo de cessar-fogo em Gaza está "quase concluído"

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