Uganda. "Participantes nos protestos estavam a planear coisas muito más"

O presidente ugandês felicitou hoje as forças de segurança pelas dezenas de detenções durante as manifestações anticorrupção de terça-feira em Kampala e afirmou que os manifestantes estavam a "planear coisas muito más".

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© SIMON MAINA/AFP via Getty Images

Lusa
25/07/2024 15:24 ‧ 25/07/2024 por Lusa

Mundo

Uganda

Numa declaração publicada na sua conta nas redes sociais, Yoweri Museveni afirmou que os protestos "foram financiados por fontes estrangeiras que sempre interferiram nos assuntos internos de África durante 600 anos através do comércio de escravos, do colonialismo, do neocolonialismo, do genocídio e da exploração económica".

 

"Alguns dos organizadores e participantes nos protestos estavam a planear coisas muito más", sublinhou, acrescentando que "isso será revelado em tribunal quando os detidos forem julgados".

"É possível que alguns deles não soubessem do financiamento estrangeiro e das coisas más planeadas", afirmou.

Por isso, acrescentou Musevini, os manifestantes deviam ter respeitado os conselhos da polícia e não participarem na manifestação.

"Se tivesse sido um protesto patriótico contra a corrupção, pacífico e coordenado com a polícia, eu próprio teria sido o primeiro a ir", argumentou.

Museveni defendeu ainda que os que recebem financiamento estrangeiro devem parar as suas atividades e denunciar ao secretário de Estado da Ética quem lhes está dar dinheiro".

"Não os vamos prender. Sabemos muito sobre o que se passa nestes grupos. O nosso interesse é imunizar o Uganda contra os planos dos imperialistas e dos seus agentes", afirmou.

Os protestos de terça-feira foram organizados por um movimento civil, que espera imitar os esforços da população do vizinho Quénia, cuja ação nas ruas obrigou recentemente o Presidente, William Ruto, a demitir quase todo o seu gabinete na sequência de uma oposição generalizada a uma controversa proposta orçamental.

Os protestos dos ugandeses foram motivados pelas alegações crescentes de corrupção contra a presidente do parlamento, Anita Among, que rejeitou até agora os apelos à sua demissão.

A campanha anticorrupção começou com revelações na Internet de despesas alegadamente irregulares efetuadas pelo gabinete da presidente do parlamento e por outras pessoas próximas da mesma.

Among, membro destacado do partido no poder no Uganda, foi entretanto sancionada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.

Leia Também: Dezenas de manifestantes de movimento anticorrupção detidos no Uganda

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