Segundo os dados divulgados pela agência governamental da dívida húngara, o empréstimo, concedido pelo Banco de Desenvolvimento da China, pelo Banco de Exportação-Importação da China e pela sucursal húngara do Banco da China, foi integralmente usado a 19 de abril e deverá ser reembolsado no prazo de três anos.
Este empréstimo foi hoje noticiado em primeira mão pela publicação económica húngara Portfolio e depois confirmado pela agência governamental.
"O acordo de empréstimo permite o financiamento de investimentos em infraestruturas e no setor da energia, entre outros. A transação mantém o rácio da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) dentro do limite máximo de 28,9%", disse a agência governamental ao Portfolio, depois de publicada a notícia.
Em maio, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e o Presidente da China, Xi Jinping, concordaram em intensificar a cooperação económica, energética e política, num passo importante para fortalecer a influência de Pequim na Europa Central e de Leste.
Xi e o Orbán mantiveram conversações em Budapeste como parte da última paragem do líder chinês numa viagem europeia de cinco dias, que também passou pela Sérvia e por França.
Em dezembro, a Hungria tinha anunciado que um dos maiores fabricantes mundiais de veículos elétricos, a chinesa BYD, irá abrir a sua primeira fábrica europeia no sul do país.
A Hungria também acolhe várias fábricas chinesas de baterias e espera tornar-se num centro global de produção de baterias de lítio.
Ao mesmo tempo, o país envolveu-se num projeto ferroviário que é parte da iniciativa diplomática "Uma Faixa, Uma Rota", ligando a Hungria ao porto de Pireu, controlado pela China na Grécia, como ponto de entrada de produtos chineses na Europa Central e de Leste.
No passado dia 08, Xi Jinping reuniu-se em Pequim com Orbán, no âmbito da "missão de paz" para a Ucrânia, como apelidou Budapeste, que atualmente assume a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE).
As recentes visitas internacionais de Orbán, sobretudo o encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, geraram várias críticas em Bruxelas, tendo o bloco europeu frisado que as iniciativas húngaras têm ocorrido no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.
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