O primeiro a falar na Sala Oval foi Biden, que deu as boas-vindas a Netanyahu, naquela que é a sua primeira visita à Casa Branca desde que Donald Trump deixou a presidência dos Estados Unidos, em janeiro de 2021, e disse que os dois tinham "muito que conversar", antes de passar a palavra ao dirigente conservador israelita.
"Quero agradecer-lhe pelos 50 anos de serviço público e apoio ao Estado de Israel e estou ansioso por dialogar hoje e trabalhar consigo nos próximos meses", declarou o primeiro-ministro de Israel, numa fase em que Biden está a ser desafiado pelos seus adversários republicanos a abandonar a Casa Branca antes do fim do seu mandato devido ao seu estado de saúde.
O Presidente norte-americano recordou que o seu primeiro encontro com um chefe de governo israelita foi com Golda Meir, em 1973, pouco depois de ter sido eleito para o Senado, quando o atual primeiro-ministro tinha apenas 12 anos.
Na altura, disse que reparou que um dos conselheiros de Golda Meier que estava sentado ao seu lado era um "tipo" chamado Yitzhak Rabin, que a seguir foi primeiro-ministro até ser assassinado em 1995.
Segundo a Casa Branca, Biden planeia usar a reunião com Netanyahu para pressionar Telavive e o Hamas a selar uma proposta apoiada pelos Estados Unidos para libertar os restantes reféns na Faixa de Gaza, que se encontram detidos no enclave desde o ataque, em 07 de outubro, do grupo islamita palestiniano no sul de Israel, que provocou quase 1.200 mortos.
O acordo em três fases pretende terminar o conflito no enclave, o que seria uma conquista para o legado do político democrata de 81 anos, que no domingo abandonou a sua recandidatura à Casa Branca em favor da sua vice-Presidente, Kamala Harris.
Após as conversações, Biden e Netanyahu vão encontrar-se com as famílias dos reféns norte-americanos detidos pelo Hamas, e Kamala Harris e o líder israelita deverão encontrar-se separadamente mais tarde.
Na sexta-feira, Netanyahu desloca-se à Florida, onde se reunirá com o ex-Presidente norte-americano e candidato republicano às presidenciais de novembro, Donald Trump.
Benjamin Natanyahu proferiu na quarta-feira um enérgico discurso perante as duas câmaras do Congresso norte-americano, no qual pediu mais armas aos Estados Unidos para "acelerar o fim da guerra" na Faixa de Gaza e defendeu uma zona desmilitarizada no enclave com uma administração civil do enclave no pós-conflito.
Na sua intervenção, à qual faltaram vários representantes - sobretudo democratas - enquanto outros aplaudiram-no efusivamente e outros ainda exigiram um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, Netanyahu agradeceu a Biden pelo seu apoio no conflito contra o Hamas e pelo seu envolvimento no esforço de libertação dos reféns, pedindo unidade contra um "eixo de terror" patrocinado pelo Irão.
O discurso de Netanyahu foi também assinalado por fortes protestos de milhares de manifestantes junto do edifício do Capitólio contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel em perseguição do Hamas e que já provocou nos últimos nove meses cerca de 40 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais.
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