"Os tempos mudam, as estações mudam, mas os nomes daqueles que dão a vida pelo país vivem para sempre", afirmou Narendra Modi no memorial dedicado a este conflito em Dras, no remoto sopé dos Himalaias.
"A Índia estava a fazer esforços pela paz. Mas o Paquistão, mais uma vez, mostrou uma face indigna de confiança", acrescentou o chefe do Governo indiano.
Após estas declarações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão "rejeitou" os comentários que classificou de "beligerantes".
"Declarações ousadas e chauvinistas minam a paz regional e são contraproducentes para a resolução de disputas de longa data entre o Paquistão e a Índia, incluindo o grande conflito em Caxemira", alertou o ministério na sua declaração.
Neste comunicado de imprensa, a diplomacia paquistanesa afirmou ainda estar "pronta para combater os atos de agressão indianos, mas determinada a promover a paz".
Este conflito, em 1999, foi o último grande confronto armado entre os dois vizinhos inimigos, a Índia e o Paquistão, detentores de armas nucleares desde a sua divisão em dois Estados distintos após a descolonização britânica.
Nesse ano, combates ferozes ao longo da linha de demarcação, sobretudo na região de Kargil, fizeram mais de mil mortos em dez semanas.
Confrontado com a pressão de Washington, que estava preocupada com os relatórios dos serviços de informação que mostravam que Islamabad tinha implantado parte do seu arsenal nuclear perto do conflito, o Paquistão cedeu e retirou as suas tropas.
A Índia e o Paquistão travaram três grandes guerras e numerosos conflitos localizados desde a separação de 1947.
Caxemira, de maioria muçulmana, constitui uma fonte de tensão permanente.
Desde 1989, a região está mergulhada numa revolta armada contra o domínio de Nova Deli, um conflito em que morreram dezenas de milhares de pessoas, enquanto a Índia acusa o Paquistão de cumplicidade na rebelião e Islamabad nega.
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