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Operário torna-se 1.º candidato às presidenciais de outubro na Tunísia

A apresentação de candidaturas às eleições presidenciais na Tunísia, a 06 de outubro, teve hoje início oficial, com um desconhecido operário a tornar-se o primeiro a entregar uma candidatura na Autoridade Eleitoral Tunisina (Isie, na sigla francesa).

Operário torna-se 1.º candidato às presidenciais de outubro na Tunísia
Notícias ao Minuto

17:07 - 29/07/24 por Lusa

Mundo Tunísia

Fethi Krimi, um operário de 59 anos, foi o primeiro a apresentar a candidatura, de acordo com informações e fotografias difundidas pela rádio Mosaïque FM e outros meios de comunicação social locais.

 

De acordo com o Isie, mais de 100 potenciais candidatos já recolheram os formulários de patrocínio necessários e têm até 06 de agosto para apresentar as suas candidaturas.

Uma primeira lista de candidatos será anunciada pelo Isie a 11 de agosto e, segundo os meios de comunicação locais, o total de candidatos não deverá ultrapassar uma dezena, tendo em conta os difíceis critérios impostos.

Várias personalidades e ativistas anunciaram a intenção de concorrer às eleições, incluindo Mondher Zenaïdi, antigo ministro do regime do ditador Zine El Abidine Ben Ali, o antigo conselheiro presidencial e militar reformado Kamel Akrout e o 'rapper' Karim Gharbi, conhecido como 'K2Rhym'.

Desde que promoveu e liderou o golpe de Estado palaciano de 25 de julho de 2021, o Presidente Kais Saied, que anunciou recentemente a sua candidatura a um segundo mandato, monopolizou todo o poder.

Os seus opositores e as organizações não-governamentais (ONG) denunciaram a regressão dos direitos e liberdades desde essa data e criticaram as difíceis condições impostas aos candidatos.

As principais figuras da oposição encontram-se detidas, nomeadamente os dirigentes do movimento islamo-conservador Ennahdha e o líder do Partido Destouriano Livre, Abir Moussi, nostálgico das ditaduras de Bourguiba e Ben Ali.

As condições de candidatura são muito rigorosas: os candidatos devem obter o patrocínio de dez deputados da Assembleia dos Representantes do Povo, do mesmo número de membros do Conselho Nacional das Regiões e dos Distritos (câmara alta do Parlamento), de 40 presidentes de autarquias locais ou de 10.000 eleitores recenseados em 10 círculos eleitorais, com um mínimo de 500 assinaturas de eleitores em cada um deles.

Os candidatos devem apresentar a sua candidatura diretamente ou através de um representante legal na sede do Isie, em Tunes.

Os candidatos devem ter nacionalidade tunisina sem dupla nacionalidade, ser filhos de pais e avós tunisinos sem interrupção, ser de religião muçulmana e ter, pelo menos, 40 anos de idade. Devem apresentar um registo criminal limpo e não podem ter sido condenados a nenhuma pena de inelegibilidade.

Em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, já como Saied no poder, a Tunísia realizou as duas voltas das eleições legislativas, boicotadas novamente pela oposição, destinadas a eleger um parlamento com poderes limitados e em que a taxa de participação foi de apenas 11,2%, a mais fraca desde a revolução de 2011, após anos de recorde na participação, que atingiu perto de 70% nas legislativas de 2014.

As legislativas foram então vistas como uma das últimas etapas do calendário definido por Saied para instaurar um sistema ultra presidencialista, objetivo final do Presidente que, em 2021, num "golpe de força", assumiu plenos poderes, dissolvendo o Governo e o Parlamento.

Leia Também: Presidente da Tunísia anuncia recandidatura nas eleições de outubro

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