Meteorologia

  • 19 NOVEMBER 2024
Tempo
14º
MIN 12º MÁX 20º

Meloni nega que possa recuar na decisão de abandonar iniciativa da China

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, negou hoje que Roma vá recuar na decisão de abandonar a Iniciativa Faixa e Rota, o principal programa da política externa da China, reiterando que tal não afeta os laços com Pequim,

Meloni nega que possa recuar na decisão de abandonar iniciativa da China
Notícias ao Minuto

08:14 - 30/07/24 por Lusa

Mundo Itália/China

Em visita oficial à China, Meloni disse à imprensa italiana que a participação do seu país na iniciativa de Pequim "evidentemente não funcionou", tendo em conta o défice comercial de Itália com a China e o facto de outros países com laços comerciais mais intensos com o país asiático não fazerem parte da iniciativa.

 

"A minha decisão foi uma escolha coerente, mas sempre disse que esta não era a única forma de ter relações ou de fomentar as relações com a China", acrescentou.

Este domingo, juntamente com o seu homólogo chinês, Li Qiang, Meloni assinou um plano de três anos para dar um novo impulso às relações bilaterais. Hoje, Meloni apresentou o pacto como uma "alternativa" à Iniciativa Faixa e Rota para "reconstruir laços mais estreitos" e "abrir uma nova fase".

"Acredito que as relações devem também crescer no respeito e na lealdade dos nossos laços económicos e comerciais", disse a política italiana, que apontou especificamente acordos para a proteção das denominações de origem ou da propriedade intelectual.

Meloni assinou vários pactos com a China em matérias como a segurança alimentar, questões ambientais, educação e veículos elétricos, este último um "acordo-quadro" cuja implementação dependerá de negociações técnicas.

Segundo a chefe do governo, a Itália pretende "reforçar a cooperação com a China, mas fazê-lo com o objetivo de reequilibrar a balança comercial", face a um défice de longa data, e também no âmbito do investimento: "Atualmente, os investimentos italianos são três vezes superiores aos investimentos chineses em Itália", sublinhou.

"Queremos trabalhar para eliminar os obstáculos ao acesso dos nossos produtos ao mercado chinês e garantir a igualdade de tratamento das nossas empresas [na China]", acrescentou.

Depois de se encontrar com o Presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, Meloni viajou para Xangai hoje, onde procurará atrair mais investimentos chineses - por exemplo, no setor automóvel - para impulsionar o crescimento económico do seu país.

Esta é a primeira viagem oficial da líder italiana à China e surge após ter optado por não renovar um acordo com Pequim por mais cinco anos, em dezembro passado, no âmbito de um programa com o qual a China procura cimentar a sua influência global.

Uma das principais queixas de Roma sobre a iniciativa foi o aumento do défice no comércio com o país asiático.

Itália era o único país do G7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, que assinou um memorando de entendimento no âmbito do programa chinês.

A Iniciativa Faixa e Rota inclui a construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas, criando novas rotas comerciais entre o leste da Ásia e Europa, Médio Oriente e África.

O maior relacionamento entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento da cooperação no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos financeiros, visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais.

Lançada em 2013, pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a iniciativa simbolizou uma mudança na política externa da China, de um perfil discreto para uma postura mais assertiva, visando moldar o cenário internacional.

Leia Também: China? Giorgia Meloni realça "interlocutor muito importante"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório